Montenegro alinhado com Passos, Pedro Nuno diz ficar mais clara natureza do PSD
Não eram os cavaleiros da távola redonda, que o rei Arthur da Inglaterra reunia para decisões importantes do reino, mas sim, os ex-líderes do PSD que vieram, esta terça-feira, ao socorro do partido para ajudar Luís Montenegro a ser reeleito primeiro-ministro.
Corpo do artigo
O mote foi um almoço dos 51 anos do partido, onde estiveram oito antecessores, como Passos Coelho, com quem Montenegro disse estar “entrosado” no objetivo reformista. O líder do PS, Pedro Nuno Santos, até agradeceu a participação dos ex-líderes na campanha por deixar “mais clara” a natureza do PSD. André Ventura disse que o Chega é o partido que melhor representa as ideias de Passos e Rui Rocha, presidente da IL, prometeu o “ímpeto reformista” que pede o antigo primeiro-ministro.
Na sede do PSD, em Lisboa, juntaram-se Montenegro, com Cavaco Silva de um lado e Rui Rio do outro, Passos Coelho, o candidato presidencial Marques Mendes, Manuela Ferreira Leite, Fernando Nogueira, Luís Filipe Menezes e Santana Lopes. A lista dos 12 “cavaleiros” só não esteve completa porque faltaram Francisco Pinto Balsemão, Rui Machete e Durão Barroso.
Problemas estruturais
Ainda antes do almoço, Passos Coelho pediu ao partido para fazer justiça à tradição reformista, mas sem comentar a atual liderança e se tem as características necessárias. “O meu desejo profundo é que o PSD possa fazer pleno jus à sua tradição reformista em Portugal. O mundo inteiro vive tempos de transformações muito grandes, de grandes incertezas, quer ao nível da segurança e da defesa, quer ao nível económico e político, e isso ainda acentua mais a importância de tratar de relevar reformas importantes que o país ainda precisa de fazer para superar vulnerabilidades estruturais que ainda são manifestas”, advertiu, sem detalhar.
A seu ver, é preciso “estabilidade política” e que “exista, verdadeiramente, um espírito reformista que possa estar ao serviço dessa estabilidade”.
Questionado sobre as afirmações de Passos, Montenegro considerou que são “a essência” do PSD e garantiu que estão alinhados. “Não vale a pena estarem a procurar uma polémica, estamos muito entrosados no objetivo de estarmos à altura destes 51 anos de história do PSD, projetados para o futuro, responsabilidade, estabilidade e capacidade reformista”, afirmou. Disse estar “absolutamente de acordo” com Passos, que falou aos portugueses para, “no processo de reflexão”, pesarem “o peso da estabilidade, do trabalho feito e de quem mostra que quer mudar as coisas”.
Para Ferreira Leite e Marques Mendes, o país precisa urgentemente de estabilidade. Já Rui Rio defendeu o legado dos partidos tradicionais como o PSD.