Luís Montenegro pediu, nesta quarta-feira de manhã, responsabilidades políticas ao Governo, na sequência da audiência de terça-feira à CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener. Disse mesmo que há dois ministros, Infraestruturas e Finanças, moribundos ainda em funções.
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"O país aguarda urgentemente que o primeiro-ministro preste esclarecimentos e que diga se os seus ministros estão com todas as condições para o exercício da sua função", referiu o líder do PSD.
Acusando o Governo de "mentira, logro, indecência, displicência, promiscuidade e desonestidade" no processo TAP, Montenegro recordou vários episódios para afirmar que está empenhado em "enganar o país" sobre o processo da transportadora aérea.
"As situações que foram, ontem, tornadas públicas na Assembleia da República, ultrapassam largamente o âmbito da mera leviandade ou negligência com que o Governo tem gerido o país, em particular o dossiê da TAP", declarou o líder do PSD.
"Com comportamento ao estilo 'DDT', donos disto tudo", Montenegro criticou o atual Ministro das Infraestruturas, João Galamba, e da Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, que participaram na reunião do PS com a CEO da TAP: " Dois ministros moribundos nas teias da promiscuidade e confusão entre o Estado e o Partido Socialista".
Quanto ao ministro das Finanças, Fernando Medina, o presidente do PSD considerou que o mesmo está cada vez mais diminuído porque na sua órbita acontecem coisas que ele diz não saber, não conhecer e não dominar.
Questionado sobre possíveis demissões no Governo, Montenegro respondeu: "Demissões? Isso é com o primeiro-ministro", embora frise que o Governo está "infestado de ministros diminuídos": "Quando eu substituir o primeiro-ministro não serei complacente".
A audição de terça-feira "demonstrou que o Governo e António Costa só pensam na sua sobrevivência", afirmou, desafiando Costa a prestar esclarecimentos: "Não se esconda atrás dos 50 assessores e especialistas de comunicação que lhe dizem para nunca falar da TAP".
Sublinhando que a TAP é uma empresa do Estado e não do Partido Socialista, Montenegro acusa o Governo de deixar a transportadora aérea "a voar às cegas, sem rota e piloto".
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Sobre o mail em que o ex-secretário de Estado, Hugo Mendes, pede à CEO da TAP para adiar um voo, para agradar a Marcelo Rebelo de Sousa, o líder do PSD referiu que é uma atitude "simplesmente intolerável"
"Esta situação expõe o Presidente da República a uma situação que, de certeza, ele não solicitou. Não é digno de uma democracia. Não interessa, portanto, a data ou as pessoas. Interessa somente o que é mais favorável ao partido", criticou.
Entre as críticas, Luís Montenegro mencionou ainda que "há uma visão instrumental do Senhor Presidente da República, que aparece aos olhos de membros do Governo como um peão do Partido Socialista, ao serviço da sua agenda".
Sobre o pedido de uma audiência ao Presidente da República, para discutir os acontecimentos recentes, o líder do PSD expôs que "não se exclui, mas aguarda que o mesmo faça a sua avaliação sobre as informações e depoimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito".
Não querendo antecipar-se ao princípio dos trabalhos, Montenegro afirmou que a audiência com Alexandra Reis na tarde desta quarta-feira, no Parlamento, "é objeto de avaliação daquilo que se passou nos trabalhos até agora"