Luís Montenegro, candidato à liderança do PSD, defendeu, este sábado, em Gaia, que se for verdade o envolvimento de "um poder público" no polémico caso do acolhimento de ucranianos por russos em Setúbal "só há um caminho: a demissão e a responsabilização total". Para já, defende uma "investigação rápida" e que "um social-democrata não vacila" nestes casos.
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Embora aguarde por investigação, Montenegro vai dizendo que "os indícios são relativamente fortes". Já à saída do encontro defendeu que "quem tiver responsabilidade nesta situação de gravidade sem paralelo deve demitir-se ou ser demitido".
"Creio que estamos no domínio de uma situação que é, do ponto de vista da democracia e do respeito pelos direitos humanos, intolerável por um regime como o nosso", referiu Montenegro. O candidato disse não ter informação correta sobre o tema, tal como "nem ninguém tem".
"Se for verdade, que há informação sobre os refugiados que vieram para Portugal e sobre as suas famílias que se mantiveram na Ucrânia e, que essa informação possa ter sido conduzida para o poder da federação russa, isso é inaceitável e tem de ter consequências e responsabilizações politicas", disse aos jornalistas à saída do encontro com militantes.
Na sua intervenção aos militantes, o candidato ao PSD aproveitou para associar indiretamente o PS, que "andou de mão dada com o PCP nós últimos seis anos". Recorde-se que o autarca de Setúbal, o epicentro deste caso, é dos Verdes, eleito pela CDU.
Segundo avançou o Expresso, na sexta-feira, cerca de 160 refugiados ucranianos foram recebidos em Setúbal por Igor Khashin, antigo presidente da Casa da Rússia e do Conselho de Coordenação dos Compatriotas Russos, e pela mulher, Yulia Khashin, funcionária do município presidido por André Martins.
"Saco de gatos"
O candidato defendeu ainda que o PSD "não é o partido da austeridade", que só serve "para arrumar a casa".
Lamentando a "estigmatização do PSD", Montenegro sublinhou ainda que os portugueses veem um partido "sempre à luta". "As pessoas olham para nós como sacos de gatos", resumiu o ex-líder parlamentar.
Luís Montenegro é candidato à sucessão de Rui Rio defendeu ainda que "o próximo ano será o mais adequado" para uma revisão estatutária".