O líder do PSD diz que a explicação de António Costa, esta segunda-feira, sobre a polémica escala na Hungria para assistir à final da Liga Europa peca por tardia e “adensa” a estranheza de toda a situação.
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O presidente do PSD, Luís Montenegro, disse esta tarde, durante uma visita a Palmela, que se a ida de António Costa à Hungria é “facilmente” explicada como indicia “o comunicado do Governo”, não se percebe por que é que a “viagem não fez parte do programa oficial”, acrescentando que também “não se percebe a não justificação da ida a Budapeste” e as “72 horas para dar uma explicação tão simples”.
Montenegro pediu um esclarecimento “cabal” do primeiro-ministro e reforçou que não há nenhuma razão para que a viagem não tenha sido tornada pública. “É muito estranho que um episódio destes não tenha sido inscrito na agenda oficial do primeiro-ministro. Estamos a falar de uma visita oficial a um país com o qual temos uma relação no panorama europeu. Não há nenhuma razão para isso não ser público”.
O líder do PSD salientou ainda que “será totalmente intolerável e inaceitável qualquer utilização de meios do Estado para fins pessoais ou particulares”, referindo-se à utilização do Falcon.
Questionado pelos jornalistas sobre se o pedido do Governo para antecipar o debate parlamentar com o primeiro-ministro, que acabou por ter lugar no dia 24 de maio em vez de 31, poderá estar relacionado com a viagem a Budapeste, Luís Montenegro afirmou que teve conhecimento que esse pedido aconteceu “em virtude da viagem à Moldova que estava prevista realizar enquanto chefe do Governo”. Mas considera agora que afinal essa alegada “urgência” não estava relacionada apenas com a ida à Moldova “visto que na hora em que o debate deveria ter ocorrido", António Costa estava em "viagem para a Hungria".
Montenegro acredita que o primeiro-ministro tem "todas as condições para dar explicações ao país”. “Não precisa de se esconder atrás de um comunicado. O país acaba por falar destas coisas porque elas acontecem e não são explicadas. Porque há aqui sempre uma meia-verdade ou uma meia-mentira", finalizou.