Montenegro diz que Governo "esteve sempre ao leme" e pede convergência contra incêndios
Luís Montenegro defendeu, esta quarta-feira no Parlamento, que esteve, tal como a ministra da Administração Interna, "sempre ao leme" a acompanhar os incêndios, e pediu à Oposição "esforço para convergir na solução". Defendeu que "a força do inimigo foi enorme" e que "é falsa a ideia de que não houve prevenção no terreno".
Corpo do artigo
"O Governo, eu próprio e a ministra da Administração Interna estivemos sempre ao leme a acompanhar a situação no terreno e a coordenar as ações políticas da nossa responsabilidade", afirmou o primeiro-ministro, sentado ao lado de Maria Lúcia Amaral, na abertura do debate de urgência, que foi pedido pelo Chega e pelo PCP. Agora, num apelo à Oposição, diz contar "com o esforço de todos para convergirmos na solução" para responder a este "flagelo que nos atinge todos os anos".
"Estivemos antes, durante e depois de cada ocorrência. Estivemos antes, quando atuámos na prevenção do dispositivo do combate. Durante, coordenando e decidindo a situação de alerta e na coordenação entre vários ministérios e departamentos. E estamos depois no apoio rápido às pessoas e às empresas afetadas", prosseguiu Montenegro.
"É falsa a ideia de que não houve prevenção no terreno", afirmou depois, sublinhando que há mais operacionais do que no ano passado. "Apesar das medidas preventivas e diagnóstico, a força do inimigo foi enorme", justificou, acrescentando que foram "mais de 25 dias ininterruptos de severiade meteorológica extrema". E, "apesar da taxa de intervenção inicial ser superior a 93%, não conseguimos evitar grandes incêndios", referiu ainda.
Montenegro assumiu deste modo que, apesar dos esforços, não foi possível evitar grandes incêndios e assegurou que o seu Governo está a trabalhar para que a situação do último mês não se repita, nomeadamente nos próximos dois meses.
Inquiridas mais de mil pessoas
Referiu ainda que os incêndios estão em investigação, conforme prometido. "Até 24 de agosto, foram detidas 103 pessoas face a um número que era de 60 o ano passado, entre o trabalho da PJ e GNR". E foram inquiridas mais de mil pessoas no âmbito destas investigações, adiantou.
Montenegro admitiu que "podemos e devemos avaliar a eficácia" de medidas que enumerou, como no domínio dos sapadores florestais, no que toca ao aumento adicional para as brigadas e na criação de "mais de 50 operações integradas de paisagem quando só existiam 12".
"Fizemos o controlo do fogo e autorizámos queimadas em 3562 hectares", acrescentou o primeiro-ministro, entre os "exemplos dos muitos que temos".