Montenegro fala em "dia marcante para Portugal" após aprovação da lei da nacionalidade
O primeiro-ministro afirmou que esta terça-feira "é um dia marcante para Portugal" e que definirá a vida nacional nos próximos anos", saudando a aprovação do Orçamento do Estado para 2026 e da lei da nacionalidade.
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Luís Montenegro falava na residência oficial em São Bento, em Lisboa, numa sala com oito bandeiras de Portugal, minutos após a aprovação da lei da nacionalidade no Parlamento com votos a favor de PSD, Chega, IL e CDS-PP.
"Estas aprovações demonstram que o Governo está aqui para unir e não para dividir e é capaz de liderar compromissos pelo interesse nacional"
As alterações à lei da nacionalidade foram aprovadas no Parlamento, após um acordo entre o Chega e o PSD que permitiu reunir 70% de votos favoráveis. Luís Montenegro, que falou ao país no final da votação, disse que esta é uma lei "equilibrada" porque "para ser português é preciso muito mais do que trabalhar em Portugal".
O primeiro-ministro mostrou-se satisfeito com a versão final da lei, pois equilibra "acolhimento e exigência" com "ponderação, moderação, mas também muita firmeza". Montenegro explicou, depois, que ser português é o "reconhecimento de um vínculo profundo e não deve ser banalizado", e que enobrecer a nacionalidade "é dignificar cada português e cada pessoa que cumpra critérios justos e exigentes possa ser um de nós".
O chefe do Governo acrescentou que não vai ficar por aqui e prometeu apresentar a lei do retorno para melhorar o repatriamento. "Perante o caos, estamos a devolver a ordem, perante a inércia, estamos a agir", sintetizou, avisando que "há todas as condições para a promulgação do decreto", dado que foi aprovado com 70% dos votos dos deputados.
Antes das considerações sobre a aprovação, o primeiro-ministro lembrou o trabalho feito no controlo da imigração: "Temos vindo a executar uma reforma estrutural quer na imigração, quer na lei da nacionalidade. Acabamos com o regime de manifestação de interesses que escancarou as portas do país. Resolvemos centenas de milhares de processos pendentes".
Negociação complexa
De tarde, aos jornalistas, na Assembleia da República, o presidente do Chega referiu que este foi "um processo de negociação difícil" e apelou ao presidente da República e ao Tribunal Constitucional para terem isso em consideração.
"Isto foi um processo de negociação muito complexo, entre dois partidos que representam mais de um milhão e meio de pessoas cada, e em que tiveram que negociar tecnicamente, politicamente, articulando vontades", salientou.
As alterações implicam prazos mais longos, requerimentos mais apertados e perda de nacionalidade para quem a conseguir com recurso a documentos falsos. À margem, foi aprovada uma alteração ao Código Penal em que se prevê a possibilidade de um juiz aplicar como pena acessória, por crimes graves, a perda da nacionalidade.

