Montenegro diz que "não é sistema" questionar continuação nos cargos de pessoas alvo de denúncias
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse esta segunda-feira desconhecer qualquer investigação ao secretário de Estado João Moura e advertiu que não é sistema questionar a continuação nos cargos de pessoas alvo de denúncias.
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Questionado se mantém a confiança no secretário de Estado da Agricultura, João Moura, Luís Montenegro começou por dizer que "a questão não faz sentido", alegando não saber se há ou não alguma investigação em curso, mas deixou um alerta.
"Não temos nenhuma informação sobre isso. Aquilo que queremos que aconteça no país é que as instituições funcionem e, portanto, se há alguma coisa a investigar, que seja investigada", afirmou, no final de uma cerimónia na Câmara de Sernancelhe de entrega simbólica do apoio aos agricultores afetados pelos incêndios de há um mês.
O primeiro-ministro defendeu em seguida que "não é sistema" pôr em causa a continuação nos cargos de pessoas alvo de processos de investigação de denúncias ou queixas.
"Não podemos é funcionar num regime em que há uma determinada queixa anónima que dá origem a um processo e depois a notícia é que há um processo em execução e então a pessoa alvo dessa denúncia ou dessa queixa não tem condições para exercer cargos. Isso não é sistema", defendeu.
O primeiro-ministro disse que, "com sentido de responsabilidade", o governo vai "acompanhar a situação" que envolve o secretário de Estado da agricultura, João Moura, hoje ausente da cerimónia em Sernancelhe.
"Honestamente, não sei nada sobre isso e, portanto, não poderei adiantar mais nada", reforçou Montenegro.
O Correio da Manhã noticia hoje que o secretário de Estado João Moura está a ser investigado pela Polícia Judiciária. Segundo o jornal, que não cita fontes, estão alegadamente em causa suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais.