O líder da Aliança Democrática (AD), Luís Montenegro, disse, esta segunda-feira, num comício em Macedo de Cavaleiros que não quer ser como o seu adversário, que “julga as pessoas com maldade”, que procura “dividir o país”, lançar “o medo”.
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Num comício em Macedo de Cavaleiros, Luís Montenegro procurou esclarecer as proposta da Aliança Democrática (AD), tentando retirar dos eleitores qualquer receio provocado por uma estratégia do rival socialista, que o “assusta” e causa “inquietação”.
“Todos devemos de olhar para as propostas de cada um com seriedade e espírito verdadeiramente democrático”, começou por defender o líder da AD, acrescentando: “Fico inquieto quando vejo o meu principal adversário dizer eles aquilo e eles acolá. Não trato assim os nossos adversários nem os que acreditam nos nossos adversário”.
Em causa, alertas de Pedro Nuno Santos sobre o facto de Luís Montenegro procurar cortar nas pensões sociais e no subsídio de desemprego. “Quando dizemos que queremos uma sociedade em que quem trabalha tem mais rendimentos do que os que não trabalham, estamos a dizer que queremos cortar em apoio dos mais vulneráveis. Não queremos cortar nada a quem precisa. Queremos valorizar aqueles que fazem um esforço, que produzem”, garantiu. Mais tarde, acrescentou, numa alusão ao período de governação de Cavaco Silva, que tem ostentado com “orgulho”: “Os portugueses sabem quando ganharam mais qualidade de vida e mais poder de compra”.
“O que me assusta é alguém querer governar o país e dizer que metade são eles que querem fazer mal às pessoas. Nunca digo que eles querem empobrecer o país. Digo é que as políticas deles têm esse resultado. Mas isso é outra questão”, apontou.
Melo lembra que Pedro Nuno não era uma escolha de Costa
Para Luís Montenegro, “não se consegue alavancar o país com alguém que divide a sociedade assim, que julga os outros com maldade”. “Se o meu adversário quer pôr medo às pessoas, era importante que ele parasse para pensar. Governar um país também é ter estabilidade emocional, capacidade para se colocar no lugar do outro”, aconselhou.
Quanto ao facto de Pedro Nuno Santos apelar à concentração no PS de os votos à Esquerda, o líder da AD afirmou: “Aqui não há o nós e eles, há o Portugal de todos nós”. Momentos antes, o líder do CDS-PP, Nuno Melo, tinha sido mais duro, ao acusar os socialistas “de pedirem votos, dividindo a sociedade” e considerando que os rivais pretendem é “agudizar uma geringonça”. “Ter Mariana Mortágua a ministra das Finanças é algo que ninguém merece”, atirou Nuno Melo.
Já em relação a Pedro Nuno Santos achar que é melhor qualificado para ser primeiro-ministro do que Luís Montenegro, o líder do CDS-PP lembrou que quando António Costa foi a Belém sugerir substitutos nenhum deles era o atual candidato socialista. “Pedro Nuno Santos não serviu para o substituir e agora serve para primeiro-ministro?”, questionou Nuno Melo, pedindo aos portugueses para fazerem com o rival do PS o mesmo que António Costa: “Vamos dar a Pedro Nuno Santos a mesma oportunidade que António Costa lhe deu: despedimento com justa causa e enviar para o Parlamento”.