O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, considerou esta sexta-feira que o Partido Socialista "simulou" uma negociação com o seu partido e o CDS-PP, acrescentando que estes partidos "continuam abetos" a esse diálogo.
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"Infelizmente o Partido Socialista decidiu trilhar um caminho de aproximação à extrema-esquerda, ao PCP e ao Bloco de Esquerda e ao Partido Ecologista "Os Verdes" e simulou apenas uma negociação com a coligação Portugal à Frente. Nós continuamos abertos a esse diálogo".
Na opinião do dirigente, "esse diálogo é preponderante" para não perder o resultado do esforço dos últimos anos".
Luís Montenegro falava aos jornalistas no final da cerimónia de tomada de posse do XX Governo Constitucional, que decorreu no Palácio da Ajuda, em Lisboa.
"Nós continuamos a acreditar que todos os deputados e todos os partidos saberão respeitar a vontade do povo e poderão sempre procurar no PSD e no CDS, no parlamento e fora dele, as bases para podermos ter um sentido de convergência. Foi isso que resultou das eleições e resultou hoje também das intervenções, quer do Presidente da República quer do primeiro-ministro", afirmou o deputado.
Quanto ao futuro do Governo que tomou hoje posse, Montenegro considerou que "deve agora apresentar um programa no parlamento que respeite as bases programáticas que a coligação apresentou ao eleitorado", acrescentando que também deve "dar algumas mostras de aproximação ao compromisso com as restantes forças políticas, em particular com o Partido Socialista".
O líder parlamentar social-democrata questionou também porque é que o PS, que ao longo dos últimos anos "partilhou com o PSD e o CDS-PP o caminho de afirmação e integração no âmbito da União Europeia, tendo ratificado no parlamento o Tratado Orçamental", não se aproxima agora.
"Da nossa parte não há nenhuma inviabilização de aproximação ou de negociação com o Partido Socialista", vincou.
O foco dos próximos dias, segundo Montenegro, não será a construção de cenários após a discussão do programa de Governo mas "se houver derrube do Governo através da aprovação de moções de rejeição que estão pré anunciadas, naturalmente que todos terão de assumir as suas responsabilidades".
"Convém que aqui entre, não só a parte da responsabilidade política ou de um eventual apoio político a uma nova formulação de Governo e as consequências das atitudes dos deputados quando apreciarem as moções de rejeição", sublinhou Luís Montenegro, acrescentando que "o povo não quis o PS a liderar o Governo, nem o doutor António Costa a primeiro-ministro".