Montenegro garante: “Queremos empresas fortes para criar riqueza e aumentar salários”
Luís Montenegro desmentiu a ideia de que a Aliança Democrática (AD) propõe a descida de impostos como o IRC para beneficiar os empresários em detrimento dos trabalhadores. “Queremos empresas fortes para criar riqueza e aumentar salários”, disse, garantindo que a prioridade será, contudo, a baixa do IRS.
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“As empresas não são dos empresários. Claro que é preciso reconhecer o risco de quem empenha o seu capital. Mas a empresa é muito mais do que isso, são os funcionários, o 'know how', a clientela, a ligação com o meio em que a atividade se desenvolve”, começou por referir Luís Montenegro, num almoço com empresários, esta quinta-feira, em Gondomar.
O candidato da Aliança Democrática (AD) garantiu, assim, que não procura beneficiar as empresas em detrimento dos trabalhadores. “Quando queremos as empresas fortes é para ter criação de riqueza e para termos mais salários”, assegurou, num almoço em que participou o fundador do PSD, atualmente com 95 anos, Amândio de Azevedo.
Numa alusão ao programa socialista, Montenegro apontou: “É muito bonito dizer que não queremos deixar ninguém para trás, que queremos aumentar os salários, para as pessoas acederem a um sistema de saúde, à escola pública, a habitação e mobilidade. Mas, para isso, é preciso haver meios. O Estado não tem que gerir as empresas, tem que facultar às empresas os meios que precisam”.
“Só se houver bons resultados é que os empreendedores podem pagar melhores salários, senão não têm essa possibilidade”, defendeu o líder da AD, considerando que “uma das grandes diferenças” do “modelo económico” do PS e da coligação PSD/CDS/PPM é precisamente a questão dos impostos.
“Uma das coisas mais intrigantes da campanha foi eu ter sido acusado de querer baixar os impostos”, ironizou Montenegro, explicando que a AD não procura apenas baixar a carga fiscal das empresas.
“A primeira prioridade” da AD é, segundo Montenegro, a descida do IRS até ao oitavo escalão. “Entendo que aliviar a carga fiscal sobre o trabalho é essencial para termos melhor produtividade. Quem trabalha, quem dá o seu esforço, a sua capacidade produtiva tem que ter uma retribuição condizente com esforço que está a dar. Por isso, a primeira prioridade, ainda antes das empresas, é mesmo rendimento sobre o IRS, uma baixa até ao oitavo escalão para que as pessoas valorizem o seu esforço e o seu trabalho”, vincou.
Montenegro destacou ainda a proposta da AD para que e estimule as empresas a criarem um prémio de desempenho e de produtividade, com isenção de impostos para empresas e trabalhadores. E reafirmou que não procura cortar nos apoios sociais “a quem está numa situação de dificuldade”, como o subsídio de desemprego. Apenas quer valorizar os salários, aumentar os rendimentos de quem trabalha para que os portugueses sintam que valha a pena produzir e para que tenham mais qualidade de vida.
No almoço com empresários, o cabeça de lista pelo círculo eleitoral do Porto pediu que se fale mais do Norte do país. “É preciso dar melhores condições aos nossos empresários, gerindo de uma forma mais eficiente a mobilidade”, defendeu Miguel Guimarães.
Uma das prioridades para o ex-bastonário dos Médicos é fazer com que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro “sirva os interesses de todos os cidadãos do Norte e dos empresários, com mais capacidade e uma companhia aérea que sirva os interesses do país”.
“A TAP tem que dar mais importância ao Norte do país. Se calhar a TAP, muito provavelmente, vai ter que ser privatizada, Luís Montenegro”, sugeriu Miguel Guimarães.
O cabeça de lista da AD pelo Porto está também preocupado com a linha de alta velocidade, uma vez que considera que não pode ser pensada apenas em termos de ligações Porto-Lisboa e Madrid. “É mais importante termos uma linha que sirva o norte do país e tenha a bitola europeia e não apenas a ibérica”, defendeu Miguel Guimarães, pedindo “uma solução para a VCI (Via de Cintura Interna do Porto)”.