Montenegro quer mudar lei eleitoral para garantir representação de todos os distritos
O candidato da Aliança Democrática (AD), Luís Montenegro, revelou, esta segunda-feira, que tenciona insistir numa mudança da lei eleitoral que permita garantir que os distritos com menos população tenham sempre representação parlamentar.
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“Apresentamos na última legislatura precisamente a inclusão na Constituição de uma norma que permite abrir a representatividade também em função dos territórios”, referiu Luís Montenegro, durante uma arruada, esta segunda-feira, em Chaves, em que foi confrontado com os problemas da desertificação do interior.
Para o candidato da Aliança Democrática (AD), além da dinamização da economia e da garantia da prestação de serviços públicos, o interior precisa que seja assegurada a sua representatividade na Assembleia da República. É que, para Luís Montenegro, devido à constante diminuição da população, há o risco de alguns distritos ficarem sem deputados.
Daí que, o líder do PSD pretenda incluir a norma na Constituição, para que seja possível alterar a lei eleitoral. “Vamos retomar esta proposta ou, qualquer dia, há distritos que não têm representatividade”, adiantou Luís Montenegro, explicando que a alteração passa pela possibilidade “de os distritos com menos pessoas poderem ser compensados pela sua dimensão”.
Num distrito, Bragança, em que acredita conseguir eleger um segundo deputado, Luís Montenegro foi confrontado pelos jornalistas sobre o facto de os liberais estarem a acusar a AD de “chantagem” sobre o eleitorado por estarem a apelar ao voto útil.
“É evidente que temos feito um apelo para que quem quer mudar usar o seu voto para não acordar no dia seguinte com o mesmo Governo. Não acredito em chantagens. Confio no discernimento das pessoas”, explicou, acrescentando que não está interessado em “jogos políticos”, apenas em esclarecer os cidadãos.
“Não vou pedir nenhuma maioria absoluta. Vou pedir votos. Lutar pelo voto a voto para ter o maior número possível de votos”, disse ainda Luís Montenegro, não se revelando surpreso pelo rival socialista afirmar que não acredita numa maioria entre a AD e a IL: “Não era de esperar outra coisa, creio”.
Questionado pelos jornalistas quanto ao facto de Pedro Nuno Santos ter viajado, esta segunda-feira, de comboio entre Marco de Canaveses e o Porto, o candidato da AD lembrou que foi precisamente o ex-ministro “que não executou” a eletrificação da linha do Douro. “A eletrificação da linha do Douro já devia de estar concluída por quem fez hoje esse comboio”, apontou.
Em relação às portagens, Luís Montenegro prometeu discriminar pela positiva o interior mas também garantiu que vai olhar “o país como um todo”. Nesse sentido, não vai esquecer “aquelas pessoas que, nos centros urbanos, estão sobrecarregadas de impostos”. “Compreendo o que se diz do interior mas também penso em Odivelas, Sintra, Cascais, Gondomar, Maia, Matosinhos, Vila do Conde, que estão circundadas por portagens e também merecem que se olhe para o país de uma forma global”, afirmou.