Fundador da Olivedesportos e da Sport TV provocou grandes alterações na área dos direitos televisivos do desporto profissional. Faleceu este sábado na sequência de uma "pneumonia grave".
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Morreu neste sábado, aos 78 anos, Joaquim Oliveira, empresário nascido em Penafiel que provocou mudanças significativas no mundo do futebol, com foco nos direitos televisivos, área em que foi considerado um "pioneiro" em Portugal. O fundador da Olivedesportos e da Sport TV teve ainda um percurso profissional ligado à comunicação social: através da empresa Controlinvest foi dono de vários títulos, como os jornais JN, DN, O Jogo e a rádio TSF.
O velório de Joaquim Oliveira será na segunda-feira, às 11 horas, na Basílica da Estrela, com missa às 16.30 horas. O funeral será às 17 horas.
A família anunciou, neste sábado, em comunicado, que Joaquim Oliveira morreu na sequência de uma "pneumonia grave". Irmão do ex-selecionador nacional António Oliveira, o empresário fundou em 1984 a Olivedesportos, empresa ligada aos direitos televisivos, marketing e publicidade de eventos desportivos, sobretudo no futebol profissional.
Dez anos depois, em 1994, comprou o jornal desportivo O Jogo e, no final da década, fundou a Sport TV, em parceria com a RTP e a PT. Foi até à sua morte o presidente do conselho de administração do canal desportivo, onde ainda detinha 25%, e da empresa que fundou. A Sport TV, diz a família, era um projeto que "muito o orgulhava".
Se até 1998, os direitos televisivos eram disputados pelos canais generalistas de televisão, Oliveira criou depois um modelo de negócio em que o telespectador teria de pagar uma mensalidade para ver os jogos de futebol em casa. Neste caso, na Sport TV.
Entrada nos media
Em 2005, através da empresa Controlinveste, Joaquim Oliveira comprou o setor de media da Lusomundo, juntando assim ao O Jogo, o JN, o DN, a TSF e o Açoriano Oriental.
Foi acionista de clubes de futebol, nomeadamente do Benfica, F. C. Porto, Sporting e S. C. Braga. A dedicação ao futebol não impediu de desenvolver o gosto pelo golfe. "Foi, sobretudo, um homem de família e amigos. Avô muito orgulhoso dos seus dez netos, a sua maior alegria e motivação nos últimos anos. Encontrava sempre tempo para as coisas que o faziam feliz, com especial carinho pelo golfe, desporto que praticou ativamente durante décadas e até há poucas semanas", aponta o comunicado escrito pela mulher, filhos e netos.
O caminho feito no empreendedorismo e na projeção do futebol profissional feito a partir de Portugal mereceram-lhe distinções: foi-lhe atribuído o título de cidadão honorário de Penafiel, cidade onde nasceu, em 2014, e o Prémio Prestígio, entregue pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, em 2019. Houve outros reconhecimentos prestados por clubes portugueses, como o Dragão de Ouro concedido pelo F. C. Porto em 1990 e o Gverreiro de Ouro pelo S. C. Braga, em 2023.