Na quinta-feira, o sexto dia mais quente deste século, morreram 17 pessoas por hora.
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A mortalidade está já "muito acima do esperado", registando-se, nos últimos sete dias, um excesso de 535 óbitos. De acordo com os dados às 9 horas desta sexta-feira do eVM - sistema de vigilância eletrónica da mortalidade em tempo real -, na quinta-feira, o sexto dia mais quente desde 2000, morreram 413 pessoas.
O que significa que no espaço de um dia a sobremortalidade agravou-se em mais 297 óbitos, num acumulado a sete dias. Isto tendo em conta as informações de quinta-feira da Direção-Geral da Saúde (DGS), que davam conta de um excesso de 238 óbitos nos últimos sete dias, valor que nesta sexta-feira mais do que duplicou. Dados, sublinhava a DGS, "provisórios".
14 de julho torna-se, assim, - e para já, porque os certificados de óbito continuam a ser carregados no eVM ao longo do dia - o sétimo dia deste ano com mais óbitos. Excetuando dias de janeiro e fevereiro, meses onde a mortalidade é sempre mais elevada, destaque para 14 de junho, com 422 óbitos, numa altura em que os termómetros também subiram em Portugal, mas não para a ordem de grandeza dos últimos dias.
Excesso há 12 dias
Neste momento, a mortalidade em Portugal está acima do esperado para esta época do ano há 12 dias consecutivos, com o maior excesso a registar-se na quinta-feira. De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), no dia 13 de julho o valor médio da temperatura máxima do ar foi de 40ºC e da mínima de 21.7ºC. Até domingo a temperatura máxima andará nos 35ºC.
A DGS alerta que "as temperaturas do ar extremas, como as que se têm verificado nos últimos dias (máximas e mínimas), têm um potencial impacte conhecido na saúde, como consequência de desidratação ou de descompensação de doenças crónicas, entre outros fatores". Estando, por isso, "associadas a períodos de mortalidade mais elevada do que o esperado para a altura do ano".
Nas ondas de calor, recorde-se, deve ser dada especial atenção a crianças, doentes crónicos e idosos, dando-lhes água mesmo que não tenham sede. Deve-se procurar ambientes frescos, evitar a exposição direta ao sol, moderar a atividade física e garantir a ingestão frequente de líquidos.