Agrupamentos com elevada percentagem de alunos abrangidos pela Ação Social Escolar apostam em projetos diversos que promovem o bem-estar.
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Como se mede a resiliência? Diretores de escolas no topo da tabela da "Equidade", ouvidos pelo JN, sublinham que não há escolas perfeitas nem receitas milagrosas. Apostam na integração e motivação dos alunos e melhoram os seus resultados.
No único agrupamento público de Fafe, há um gabinete de apoio ao aluno e à família e uma loja social. Com cerca de 45% dos alunos com Ação Social Escolar (ASE), "motivar, ensiná-los a valorizar a escola, criar-lhes expetativas de futuro e fazer com que se sintam felizes" é prioritário, explica a diretora Natália Correia. É uma das escolas que surge no topo da tabela da "Equidade". Tem alunos de "excelência" e outros "menos bons". Há projetos de voluntariado, apoios individualizados, tutorias e mentorias. "Aqui ninguém fica de fora. Todos são importantes", frisa a diretora.
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Encurtar distâncias
O indicador criado pelo Ministério da Educação verifica a percentagem de alunos abrangidos pela ASE que terminam o Secundário em três anos e compara esse resultado com a média nacional atingida por agrupamentos de contextos similares. A intenção é perceber que escolas "puxam" mais pelos alunos. No caso do agrupamento de Fafe, a taxa de conclusão em 2021 foi de 97%, 25% acima da média nacional. Já no agrupamento Frei Heitor Pinto, da Covilhã, a taxa foi de 96%, 31% acima da média e, de acordo com o portal Infoescolas, esta foi a escola que mais promoveu "equidade".
Num contexto desfavorecido do Interior do país e com cerca de 40% dos alunos abrangidos pela ASE, o primeiro desafio do agrupamento, explica o diretor, é a dispersão geográfica entre as escolas, a mais distante fica a 51 quilómetros da sede. A maioria dos alunos do Secundário saem de casa antes das "7 horas da manhã e regressam às 19 horas". Pelo que a prioridade é "envolvê-los e motivá-los", aponta Marco Santos. "Não é nada fácil. É preciso que todos vistam a camisola desde muito cedo", frisa. O agrupamento tem robótica e programa Ciência Viva para alunos dos seis aos 18 anos. Tem também um projeto com atividades online para encurtar as distâncias entre alunos do 1.º ciclo. Uma solução criada "quando se tem pouco acesso não só à Informação mas a tudo", justifica.