Cerca de 300 pessoas da freguesia de Mozelos, Santa Maria da Feira, foram alvo de testes rápidos de despistagem à covid-19, nesta quarta-feira, assinalando o início do projeto-piloto de âmbito nacional que pretende avaliar a eficácia de testes massivos em núcleos previamente identificados.
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O Pavilhão de Mozelos foi transformado em centro de testagem massiva, acolhendo, desta forma, a iniciativa coordenada pelo Agrupamento de Centros de Saúde da Feira e Arouca e que contou com o apoio da Junta de Freguesia e Câmara Municipal.
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Os habitantes de duas localidades de Mozelos, identificadas com um número elevados de casos positivos de covid-19, em janeiro, foram o alvo deste estudo que pretende "refinar" os métodos para as futuras testagens massivas de núcleos demográficos identificados como estando na origem de novos surtos epidemiológicos.
"Estamos a testar um modelo piloto para capacitar a atuação de precisão em zonas que entendemos que merecem um maior investimento em termos de testagem e tentarmos evitar problemas de monta antes que eles comecem", explicou, ao JN, Bernardo Gomes, médico de saúde pública e elemento da gestão do Agrupamento de Centros de Saúde da Feira e Arouca.
Lembrou que a parte "mais inovadora" foi já efetuada em semanas anteriores e que passou pelo mapeamento das zonas alvo e o recrutamento das pessoas. "Estamos agora na execução, para perceber alguns aspetos em termos da rentabilização do modelo e sermos capazes de replicar a incitava noutros locais", concluiu.
No passado domingo e segunda-feira, elementos do Agrupamento de Centros de Saúde, da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal andaram, de porta em porta, a explicar a iniciativa e a convencer a população a efetuarem o teste de antigénio.
O presidente da Câmara, Emídio Sousa, explica que "foi definida por georreferenciação a zona alvo e, depois, deslocamo-nos a casa das pessoas para as convidar a fazerem o teste rápido".
A quase totalidade das 300 pessoas contactadas compareceu no Pavilhão de Mozelos. O resultado do teste é conhecido em 15 minutos, cabendo depois à organização contactar os participantes, informando-os do respetivo resultado. Os resultados totais deverão ser tornados públicos na próxima sexta-feira.
"Esta iniciativa poderá ser muito positiva para o futuro. Vamos ver o que falha e, se necessário, melhorar" disse Emídio Sousa, lembrando que, aquando do contacto com os moradores, foi notório que o uso do computador para os respetivos registos não era viável, devido ao tempo necessário para introduzir os elementos.
"A alternativa foi escrever num papel e tirar foto dos dados com o telemóvel para, mais tarde, ser colocado num computador", explicou.