O Movimento Partido da Terra (MPT) iniciou o penúltimo dia da campanha com uma ação de limpeza na praia de Carcavelos, em Cascais, para demonstrar que cabe ao cidadão proteger o ambiente e mudar o cenário no parlamento.
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A ação juntou uma dúzia de apoiantes do MPT, munidos de bandeiras e camisolas com o símbolo do partido (um trevo), que iniciaram a limpeza com a ajuda de luvas, pinças e sacos de papel.
Nesta recolha, as beatas estiveram em maioria, com o presidente do MPT, José Inácio Faria, a sublinhar o risco que representam para o ambiente, além de resultarem de uma prática muito nociva para a saúde. A escolha desta praia não foi aleatória, segundo esclareceu.
Temos de ter uma consciência cívica de não poluir
Depois de, na semana passada o partido ter realizado uma iniciativa na praia do Cabedelo, Figueira da Foz, que é muito poluída e onde recolheu "quilos e quilos de lixo", o MPT decidiu mostrar um bom exemplo de limpeza.
"Decidimos visitar uma das praias mais limpas de Portugal. A limpeza é feita diariamente, mas não chega. Essa responsabilidade da limpeza e de não poluir é de todos nós, cidadãos", disse.
E advertiu: "Não podemos pensar que, por pagarmos impostos, eles têm de fazer a limpeza. Não é assim. Temos de ter uma consciência cívica de não poluir. O esforço maior que a natureza pede não é ao governo, nem às instituições, é ao cidadão".
Andamos nisto há 26 anos, a pregar sobre o ecologismo
No fim de uma caminhada pelo areal, onde recolheram algum lixo, os apoiantes do MPT mostraram otimismo na eleição de um grupo parlamentar e reclamaram louros na matéria ecologista. "Andamos nisto há 26 anos, a pregar sobre o ecologismo e a necessidade de defendermos o ambiente", disse José Inácio Faria.
E por isso advogou que não basta falar sobre o que está mal e a necessidade de limpeza, mas também "não poluir, consumir menos e ter hábitos de consumo diferentes".
Sobre a mensagem ecologista pela primeira vez comum a vários partidos, o presidente do MPT assumiu que a mesma deve dar alguns votos.
"Mas é triste que só agora os partidos falem de campanhas ecologistas. Andamos há 26 anos a falar da ecologia, da defesa do ambiente e não só das alterações climáticas", disse.
Sobre as eleições do próximo domingo, José Inácio Faria mostrou-se crente na eleição de um grupo parlamentar e disse compreender a desmotivação dos eleitores portugueses, que se espelha na elevada taxa de abstenção.
"Não condeno a elevada percentagem de abstenção em Portugal pelos cidadãos, mas sim pelos políticos e pela péssima imagem que dão e isto não é contrariado pelos partidos do poder", disse.