Mulher de português que estará infetado com coronavírus diz que marido está sem apoio
Emanuelle Maranhão, mulher do português que estará infetado com Covid-19, no Japão, queixa-se que o marido foi encerrado na cabine do navio Diamond Princess sem qualquer tipo de apoio. E teve indicação para ser ele a contactar as autoridades portuguesas.
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A mulher de Adriano Luís Maranhão revelou, em declarações à SIC Notícias, que este se encontra "preso" numa cabine sem qualquer contacto "nas últimas 10 horas". "Está fechado. Tem comido porque tinha comida na cabine", disse, revelando indignação. Mais tarde, ao JN, disse que "a cabina dele é pequeníssima. Tem uma cama e uma casa de banho". E lamentou a falta de acompanhamento que tem tido a bordo. "Desde que lhe deram a notícia, nunca mais ninguém falou com ele, nem ele contactou ninguém do navio, apesar de terem telefones nas cabinas. Disseram-lhe que podia sair, mas para evitar e, como bom cidadão que é, não saiu. Eu não teria feito o mesmo", disse.
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Desde que o navio de cruzeiro com mais de três mil passageiros a bordo entrou em quarentena, no porto de Yokohama, no Japão, tem falado com o marido "três a quatro vezes por dia". E diz que, apesar do diagnóstico, este está assintomático. "Queixou-se de cansaço. Mas nestes dias nunca parou de trabalhar. Não tem febre, não sente dor, não teve tosse", disse, revelando que o marido não parou de trabalhara desde 13 de fevereiro.
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Quando confinaram Adriano Maranhão à cabine, contou, "disseram-lhe que tinha de ser ele a avisar o Governo (português) e a companhia". Desde então, Emanuelle tem-se desdobrado em contactos em Portugal para pedir ajuda e "reunir forças para ele ser apoiado e auxiliado". Não conseguiu ainda, no entanto, falar com a entidade empregadora do marido, disse às televisões, mas já recebeu um telefonema do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a quem pediu que a ajude neste processo.
Emanuelle Maranhão diz que só há dois dias é que começaram a fazer os rastreios aos cerca de 1000 tripulantes do navio que não apresentavam sintomas. "Diagnosticaram os passageiros primeiro e, só depois, os tripulantes, que se foram queixar. Há dois dias, começaram a fazer esse rastreio", disse, explicando que o marido tem-se mantido calmo. "O que ele diz é que não vale a pena stressar e que não pode fazer nada", disse ao JN.
Para a sua mulher, contudo, o passo principal a dar seria "retirá-lo da cabine, fazer exames, tratá-lo".
"Já falei com toda a gente que podia, não sei com quem mais hei-de falar", desabafou em declarações à RTP.