Emanuelle Maranhão, a mulher do português que foi diagnosticado com o novo coronavírus a bordo do navio Diamond Princess, atracado no porto de Yokohama, no Japão, espera que o marido, canalizador da embarcação, seja transportado o quanto antes para um hospital.
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Emanuelle, que tem estado em contacto com o marido e com as autoridades portuguesas, diz que aguarda ser contactada pela empresa, para que possa dar seguimento aos "procedimentos legais", nomeadamente a nível de seguro médico, de forma a que Adriano Maranhão seja levado para o hospital e seja feito o tratamento.
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"Até agora, ele continua dentro da cabine, ainda não foi feito nenhum tipo de análise ou exame [além do primeiro, de diagnóstico]. Continua lá à espera de ser levado para uma unidade hospitalar", disse aos jornalistas, na Nazaré, onde o casal reside, esclarecendo que, como o marido não apresenta sintomas, não é caso urgente. Ainda assim, na impossibilidade de ser encaminhado este domingo para um hospital, "é essencial que, na segunda-feira cedo, seja transportado. Quanto mais tempo estivermos à espera que isto passe, pior vai ser para a saúde dele. Pode até ficar mais debilitado por não ter tido nenhum tipo de tratamento", adiantou.
Os primeiros alimentos que chegaram a Adriano foram dados por outros tripulantes, embora este domingo a empresa já tenha deixado um tabuleiro de comida à porta da cabine onde se encontra em isolamento, sabe o JN. De acordo com a Direção-Geral da Saúde, pelo menos outros quatro portugueses fazem parte da tripulação do navio, um dos quais, Hélder, é também da Nazaré. Todos eles aguardam os resultados aos testes realizados para saberem se também são portadores do Covid-19, acrescentou a mulher de Adriano.
Se não for feito como deve ser, o repatriamento tem de ser considerado
Emanuelle Maranhão espera que, como tem sido hábito, a empresa consiga garantir que a família de Adriano seja levada para o Japão, quando o português, para que seja possível acompanhá-lo com maior proximidade.
Já falou com a embaixada portuguesa em Tóquio, com o presidente da República, o presidente da Câmara de Nazaré, o ministro dos Negócios Estrangeiros e a ministra da Saúde, que lhe explicou esta manhã os procedimentos técnicos que estão a ser feitos. A hipótese de Adriano ser repatriado não se coloca para já. "A resposta é sempre não. Não pode voltar enquanto não estiver bem. Eu compreendo a situação mas também quero ver o que é que vai ser feito no terreno. Porque se não for feito como deve ser, então o repatriamento tem de ser considerado", rematou.