A Confederação Nacional de Reformados Pensionistas e Idosos (MURPI) exige a fixação de um valor máximo para venda de produtos e serviços essenciais. A associação considera inaceitável que as pensões diminuam e que o valor dos produtos aumente. Por isso irá entregar, amanhã, sexta-feira, um conjunto de reivindicações na Assembleia da República.
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A presidente do MURPI, Isabel Gomes, diz que o valor dos "produtos aumenta todos os dias" e por isso, a confederação quer que sejam estipulados valores máximos para os produtos alimentares e serviços como a eletricidade, água, habitação e ainda combustíveis. As diferenças entre os rendimentos dos pensionistas e os lucros das empresas deste tipo de produtos e serviços são "reveladores da acentuada desigualdade social na repartição da riqueza", ressalva a confederação em comunicado.
Além desta reivindicação, o MURPI exige a reposição do poder de compra das pensões perdido este ano e considera "inaceitável que o sr. primeiro-ministro tenha afirmado em junho de 2020, que 'a Lei 53 -B/2006 seria cumprida, porque as leis são para cumprir' tendo mesmo afirmado que haveria 'um aumento histórico desde a sua criação' e que agora, decida pelo seu incumprimento".
De acordo com a associação, as decisões do Governo representam uma redução do aumento das pensões em 2023 e uma penalização nos anos seguintes, exemplificando que "para uma pensão de 500 euros, o aumento seria de 40 euros sendo que com a decisão agora tomada será de 22 euros".
Para o MURPI, é "urgente" o reforço financeiro das atividades das associações destinadas a ocupar o tempo dos idosos, pensionistas e reformados. Isabel Gomes especifica que, antes da pandemia, havia aulas de canto e leitura acompanhada, e que, agora, as associações não têm condições para manter essas atividades em funcionamento.
A presidente da MURPI considera que "as grandes empresas têm de ser taxadas pelos lucros" que estão a ter de forma a haver uma distribuição justa da riqueza. Os reformados, pensionistas e idosos querem ser ouvidos porque consideram que são "uma fatia importante da população que trabalhou, descontou para a Segurança Social, criou riqueza para o país e que exige viver com qualidade de vida e com respeito pelos seus direitos".
O MURPI acrescenta que não há medidas para responder aos impactos da pandemia na saúde psicológica e física e que se agravam as situações de pobreza das pessoas que vivem com baixas reformas e que "nos últimos dez anos não viram atualizadas as suas pensões".
Os dirigentes da MURPI irão, amanhã, protestar em frente à Assembleia da República para exigir as suas reivindicações, através da entrega do documento aos grupos parlamentares e ao presidente da Assembleia da República.