Não é preciso ser surdo para aprender língua gestual portuguesa na escola
Há 17 estabelecimentos de ensino de referência para a educação bilingue de estudantes surdos, alguns têm disciplina como opção. Em maio, existiam 70 docentes de LGP.
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Pedro Pires sabe de cor o alfabeto em Língua Gestual Portuguesa (LGP). Sabe, também, comunicar com as mãos o nome de objetos e das cores. Atualmente, está a aprender os verbos e, com entusiasmo, diz querer descobrir mais. Pedro tem nove anos, não é surdo e, à semelhança dos colegas do Agrupamento de Escolas Eugénio de Andrade, no Porto, está a aprender LGP. O agrupamento integra a lista de 17 estabelecimentos de ensino que compõem a rede de referência para a educação bilingue de alunos surdos e decidiu alargar a aprendizagem da LGP a todos os estudantes. Com ou sem surdez.
No país, revelou ao JN a Associação de Profissionais de Lecionação de Língua Gestual (Afomos), há outras escolas que oferecem aulas de LGP alunos sem surdez, “embora em número limitado”. É o caso, por exemplo, da Escola Secundária Alves Martins, em Viseu.