"A Mesa Nacional considera que não há condições para o BE votar favoravelmente a proposta de Orçamento do Estado (OE) apresentada pelo Governo", disse este sábado a líder do BE. Dúvida será entre abstenção ou voto contra.
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"Do ponto de vista das políticas concretas, [o OE] peca por privilegiar o excedente orçamental em detrimento do investimento de que o país necessita. O fraco investimento é um défice económico grave e que as pessoas sentem todos os dias da sua vida na falta de transportes, nas condições degradadas nas escolas, na Justiça, no Serviço Nacional de Saúde. E, por isso mesmo, a Mesa Nacional considera que não há condições para o BE votar favoravelmente a proposta de OE apresentada pelo Governo", garantiu Catarina Martins.
"No entanto, a Mesa Nacional regista que ainda estão em curso negociações entre o BE e o Governo, e achou por bem não interromper esse processo negocial. A Mesa decidiu, por isso, mandatar a Comissão Política para prosseguir o processo negocial, que vai permitir, ao longo da próxima semana e ainda antes de sexta-feira, verificar se há algum caminho possível para matérias orçamentais fundamentais que o BE propõe. Se houver, o BE poderá abster-se e viabilizar o OE; no entanto, se estas negociações não resultarem nesse caminho necessário, o BE votará contra o OE", acrescentou a líder bloquista.
Numa curta intervenção, Catarina Martins considerou também que o OE para 2020 não traz "nenhuma novidade" nem "nenhuma capacidade de repor rendimentos". No entender da líder do BE, isso faz com que a proposta do Governo esteja marcada pela "incapacidade de resposta a um país em que ainda há pensões e salários muito baixos".