"Não têm lugar aqui". Manifestantes "expulsam" deputados do Chega de protesto pela habitação
Um grupo de representantes do Chega - entre eles três deputados - foram confrontados, este sábado, na manifestação pela habitação, a decorrer em Lisboa. Foi entoada a palavra de ordem "Racistas, fascistas, não passarão". A montra de uma imobiliária foi vandalizada com tinta vermelha durante o protesto.
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Ainda antes do início da manifestação, às 15 horas, uma comitiva do Chega resolveu aparecer na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa. O grupo colocou-se perto das câmaras das televisões e um dos elementos preparava-se para fazer declarações. Nessa altura, alguns manifestantes aperceberam-se da presença destes elementos.
Um desses manifestantes gritou, dirigindo-se à multidão: "Estes senhores são racistas e fascistas, são do Chega, não têm lugar aqui". A partir daí, os manifestantes aproximaram-se do grupo de elementos do Chega, entoando palavras de ordem como "25 de Abril sempre, fascismo nunca mais" e "Fascistas, racistas, não passarão". Não houve registo de qualquer episódio violento.
Entre o grupo do Chega contavam-se os deputados Filipe Melo, Rui Paulo Sousa e Jorge Galveias, além de um deputado municipal por Lisboa, Bruno Mascarenhas. Confrontados, decidiram ir para um ponto menos central da manifestação, mas as palavras de ordem não cessaram. Ouviram-se alguns impropérios e a equipa de intervenção rápida da PSP rodeou os parlamentares - que, após alguns minutos, acabaram por ser escoltados para fora do local da manifestação.
Durante a manifestação, na qual participaram vários milhares de pessoas em direção à Baixa, a montra de uma imobiliária foi vandalizada com tinta vermelha.
Os protestos pelo direito à habitação começaram pela manhã no Barreiro, Beja, Évora, Portalegre e Tavira.
Durante a tarde, além de Lisboa, milhares também desfilam no Porto.
Estão ainda agendadas manifestações em Aveiro, Braga, Coimbra, Covilhã, Guimarães, Lagos, Leiria, Portimão, Viseu, Samora Correia e Alcácer do Sal.