Após aprovação, na segunda-feira, pelo Conselho Geral, processo segue agora para a tutela. Ensino mantém-se politécnico e abrange 1800 alunos.
Corpo do artigo
O Conselho Geral da Nova de Lisboa aprovou, na passada segunda-feira, a integração da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE) naquela universidade. Recebendo luz verde do Governo, apenas a Universidade da Beira Interior (UBI) não terá escolas politécnicas. O projeto de integração resulta da colaboração entre as duas instituições, que há sete anos viram esta intenção chumbada pelo Executivo de então. Ao JN, o reitor da Nova e o presidente da ESHTE asseguram a manutenção dos recursos humanos e uma “integração suave” para os cerca de 1800 estudantes da escola de hotelaria.
A proposta, que recebeu previamente o aval das nove unidades orgânicas da Nova, foi aprovada por maioria – não reuniu unanimidade – e seguirá oficialmente para o ainda ministro Fernando Alexandre. Que, aliás, abriu a porta a estes movimentos de fusão e integração no ensino superior nacional. Desde logo, ao aprovar a integração das três escolas de enfermagem nas universidades do Porto, Coimbra e Lisboa.
Tendo luz verde, explica o reitor João Sáàgua, apenas a UBI não terá “politécnicos integrados”. Uma integração, nota, que visa “alargar o portefólio académico e científico” da Nova depois de, há cerca de meio ano, ter feito processo idêntico com o ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (privado).
O projeto não é novo. Há sete anos, como recorda o presidente da ESHTE, esbarrou no então Ministério do Ensino Superior. “É um processo muito normal e quase intuitivo” que permite uma maior “complementaridade”, tanto na componente académica como científica. Sendo, também, “uma oportunidade para o concelho de Cascais ter mais uma unidade orgânica dentro de uma estrutura que é a Nova”, nota Carlos Brandão. Sendo secundando por João Sáàgua, explicando que a ESHTE vem “completar o portefólio” da instituição – como aconteceu aquando do ISPA – numa área “de atividade económica e social [o turismo] que representa 15% do produto interno bruto nacional”. Vincando que “o país ganha com esta integração”.
“Integração suave”
Sobre a parte mais prática deste processo, em causa estão cerca de 1800 alunos da ESHTE para quem, garante o reitor da Nova, a “integração será absolutamente suave”. Estando também garantida a continuidade de professores e restantes trabalhadores. “Entra como escola politécnica [o facto de não estar integrada em nenhum politécnico facilita], não muda de estatuto, o financiamento é através de uma verba do Orçamento do Estado, separada da verba da universidade”, precisa. Sendo que a expectativa, numa alusão à tutela, “é que se mantenha como se manteve em todos os politécnicos que foram integrados”. Carlos Brandão, por sua vez, destaca que “não há impacto nenhum” em termos de recursos humanos, podendo, antes “haver sinergias”.
Por outro lado, explica o reitor da Nova, ao abrigo deste processo de integração vão ser criadas duas comissões. Uma “executiva, sem funções de decisão, para garantir que estão [a ESHTE] dentro do sistema de gestão de informação, de gestão documental, financeiro”. E outra, “académica, que vai explorar os vários níveis de colaboração, seja ao nível de licenciaturas, mestrados, novos projetos de investigação”, conclui João Sáàgua. “Num casamento feliz e que tem tudo para dar certo”, acredita o presidente da ESHTE.
Num movimento, diz Carlos Brandão, “natural tendo em vista o que se tem observado na evolução do sistema” de ensino superior nacional. Tanto mais que, entende, “as diferenças entre politécnicos e universidades são cada vez mais pequenas”, lembrando que tirando a UBI “todas as universidades têm escolas politécnicas”. E que, “muito provavelmente, alguns institutos politécnicos vão passar a universidades”. Recorde-se que essa intenção já foi comunicada à tutela pelos politécnicos do Porto e de Leiria.