Os conselheiros do PSD aprovaram, no Conselho Nacional de Barcelos, este sábado, que se vai realizar uma nova reunião deste órgão daqui a 20 dias. Só nessa altura é que será decidida a data para as eleições diretas para o novo líder do PSD. Líder ouviu duras críticas e saiu em silêncio.
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O Conselho Nacional do PSD aprovou, ontem, uma proposta de 17 distritais que recomenda ao partido a realização de um novo Conselho Nacional dentro de 20 dias para definir a data das eleições diretas. No entanto, é Rui Rio quem tem a última palavra e, no fim, o líder esgueirou-se sem responder se a vai cumprir.
A proposta das distritais foi aprovada mas é uma "recomendação" que "depende da Comissão Política Nacional e do presidente do partido", disse Paulo Mota Pinto, presidente da mesa, aos jornalistas, no final de um Conselho Nacional em que Rio esteve seis horas a ouvir duras críticas.
Enquanto Paulo Mota Pinto falava, o líder aproveitou para sair, mas foi na mesma confrontado com a questão do cumprimento da deliberação e recusou responder. À chegada, tinha dito que a marcação de diretas cabe "à Comissão Política Nacional e ao presidente do partido".
Recorde-se que Rui Rio tinha dito, a 4 de fevereiro, que o Conselho Nacional de ontem serviria para marcar as diretas, mas recuou.
Rio "está em negação"
A estratégia eleitoral do PSD foi duramente criticada e Rui Rio também foi criticado por estar "em estado de negação" e ter optado por uma campanha "difusa" que não captou os votos de Direita e contribuiu para a subida do Chega e Iniciativa Liberal (IL).
"A mensagem foi difusa. O PSD é de Centro e é de Direita", disse Paulo Leitão, da distrital de Coimbra. Álvaro Almeida secundou-o e afirmou que "o PSD perdeu por culpa da sua estratégia" que "permitiu que aparecessem 15% de votos à Direita" do partido.
Vários conselheiros acusaram ainda Rui Rio de se estar a protelar como presidente do partido e pediram a saída rápida. "Quanto mais depressa, até para ele, melhor", disse Adão Silva.
O deputado Pedro Rodrigues também criticou Rio por estar "em estado de negação" e por se recusar a assumir a culpa pela derrota, ao mesmo tempo que falou numa "postura de paralisia" e "permanente sobranceria" da direção.
Cristóvão Norte, que viu chumbada a proposta para um congresso extraordinário antes das diretas, e Pedro Alves, de Viseu, foram outros críticos do líder do PSD.
Miguel Pinto Luz, que até foi dos menos críticos, pediu "o fim das diretas".