Nos primeiros 11 meses, nasceram mais 230 bebés. Subida expressiva em Setúbal, com mais nados-vivos do que Braga. Registados menos 20 óbitos com menos de um ano.
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Até novembro deste ano, verificou-se uma discreta subida na natalidade, com um aumento de 0,3% no número de nascimentos, e uma descida na mortalidade infantil. É o segundo ano consecutivo de recuperação, uma vez que em 2018 também se registou uma subida de 1%. O Interior do país, no entanto, fica cada vez mais para trás.
De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, nos primeiros 11 meses deste ano, houve mais 230 recém-nascidos a fazerem o teste do pezinho. São 80.714 (30% em Lisboa). Ainda assim, do ponto de vista demográfico, não se pode falar numa tendência.
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Por outro lado, houve menos 20 óbitos de bebés com menos de um ano (menos 8% face a 2018). A mortalidade infantil, mantém-se baixa, apesar de algumas variações, como as subidas de 2016 e 2018.
Queda no Interior
Os dados permitem constatar uma subida da natalidade em 11 distritos e um agravamento da perda de população no interior do país. Castelo Branco regista a maior quebra (18%), com menos 180 nascimentos, seguindo-se Portalegre (12%), Guarda (-9%) e Vila Real (-7%). Lisboa conta com mais 448 nascimentos (+2%) e Setúbal com mais 233 (+4%). Ao contrário do que acontecia no ano passado, estejam a nascer mais bebés em Setúbal do que em Braga. Recorde-se que, no ano passado, a natalidade subiu 1%, depois de em 2017 ter caído após dois anos consecutivos em alta.
A demógrafa Maria João Valente Rosa recusa tendências. Tanto mais que, "mesmo que o nível de fecundidade aumente, há menos mulheres a atingir a idade fértil", porque "são menos do que as suas mães", pelo que "os nascimentos serão sempre baixos".
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O que é certo, isso sim, é que "desde 2012 estamos abaixo dos 90 mil nascimentos/ano, não sendo expectável que se inverta". Cenário que poderia ser bem pior se não fosse o efeito migratório, recorda, com 11% dos nados-vivos filhos de mães estrangeiras.
Mortalidade cai 8%
Já os óbitos infantis - cujo aumento, em 25%, em 2018, levou a Direção-Geral da Saúde a criar um grupo de trabalho - baixaram 8%, para um total de 239, em linha com o verificado em 2017 e 2014. De acordo com os dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbitos, para esta descida (menos 20 mortes) pesou a queda de 20% nos óbitos de bebés com menos de oitos dias e que respondem por 45% do total.
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Para o presidente do Colégio de Pediatra da Ordem dos Médicos, "os dados continuam a mostrar uma taxa de mortalidade infantil muito baixa e refletem a qualidade dos cuidados perinatais e de saúde infantil". Para Jorge Amil Dias, "quando se chega a valores tão baixos, qualquer pequena variação tem evidente impacto nas taxas estatísticas".