Estavam inscritos nos centros de emprego 292 825 indivíduos em julho. É preciso recuar dois anos, até julho de 2023, para encontrar um número inferior (284 mil). Já as ofertas de trabalho totalizaram 19 014, um máximo em 11 anos, de acordo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).
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Os registos de 292 mil pessoas à procura de emprego, em julho, nos centros do IEFP, traduzem uma diminuição não só em relação a junho (-663 indivíduos), mas também na comparação com julho do ano passado (-12 314). A par da queda nas pessoas que querem trabalho, as ofertas de emprego aumentaram 56,1% no prazo de um ano, tendo atingido em julho mais de 19 mil.
Há 11 anos que o nível de ofertas de empregos não era tão expressivo. Ultimamente, tem oscilado entre os seis mil e os 16 mil. Só em 2014 é que se encontram números aproximados, acima dos 18 mil, mas, nessa altura, o número de desempregados era muito mais alto, na ordem dos 600 mil, ou não estivesse o país a sair da crise financeira que trouxe a troika a Portugal. O recorde do desemprego dera-se um ano antes.
Mas, regressando a julho, os dados que o IEFP acaba de atualizar, com os tais 292 mil indivíduos à procura de trabalho, esse número caiu sobretudo devido ao contributo da redução dos que estavam inscritos há menos de um ano, dos que procuravam um novo emprego e dos maiores de 25 anos.
No panorama regional, deu-se um recuo anual em todas as regiões, com a exceção do Alentejo, onde houve uma ligeira subida, com mais 93 pessoas desempregadas. O Algarve protagonizou a maior queda (-5,8%), sinal da sazonalidade. Mas, na comparação com o mês anterior, junho, já houve subidas, não só no Alentejo, mas também no Norte e Centro.
O Norte continua a região com maior número de desempregados inscritos no IEFP: 118 403, ou seja, 40% do total.
Por grupos profissionais, ao nível do continente, os grupos mais representativos à procura de emprego são liderados pelos "trabalhadores não qualificados" (29,5%), seguidos pelos "trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção segurança e vendedores" (19,5%), pelos "especialistas das atividades intelectuais e científicas" (11%) e pelo "pessoal administrativo" (10,6%).
Na comparação anual, as maiores reduções entre os inscritos no IEFP deram-se nos grupos profissionais onde entram os agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura, pesca e florestas (-18,5%); o pessoal administrativo (-14,2%); os técnicos e profissões de nível intermédio (-9,7%) e os trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices (-7,2%).
Em contraciclo, houve mais desempregados à procura de trabalho entre os "representantes do poder legislativo, órgãos executivos, dirigentes, diretores e gestores executivos" (+17,3%) e entre os "trabalhadores não qualificados" (+3,2%).
Quanto às colocações promovidas através dos centros de emprego, num total de 7267 em todo o país, deu-se um aumento face a julho de 2024 (+855, ou + 13,3%), mas uma diminuição em relação a junho (-644, ou -5,8%).