PS destaca-se com 144 mil eleitores perdidos em quatro anos, seguido de PSD e CDS, com menos 84 mil.
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Num cenário de perda de votos transversal a quase todos os partidos (por via do aumento da abstenção) o maior tombo foi para o PS, que perdeu quase 144 mil votos entre as eleições de 2017 e as de 2021. O PAN foi o único a subir, ainda que tenham sido apenas mais 1007 votos.
Os resultados conjugados de PSD e CDS (não é possível comparar os dois separadamente, uma vez que se cruzam, em múltiplas coligações) somam 33,9% dos votos (menos cinco décimas do que há quatro anos), com uma perda de 84 mil eleitores. Ainda assim, sociais-democratas conseguiram mais 16 municípios, assumindo a presidência de 114 autarquias (o CDS ficou pelas mesmas seis de 2017).
No que diz respeito aos socialistas, mesmo com 37,5% dos votos (menos um ponto e meio do que o que obteve em 2017) e uma vitória nas eleições, perderam 12 câmaras (de 161 para 149).
Além da abstenção, que contribuiu para a queda do número de votos de todos os partidos (menos 173 mil pessoas foram às urnas no passado domingo, em relação às autárquicas de 2017), é preciso ter em conta a presença de novos partidos como o Chega, que canalizou 208 mil votos. O partido ficou à frente do BE (teve 137 mil votos, menos 33 mil do que há quatro anos) e logo a seguir à CDU (410 mil, ou seja, menos 79 mil) e aos movimentos de independentes (somaram 276 mil, menos 74 mil do que há quatro anos).
Comunistas em terceiro
Os comunistas mantiveram-se como a terceira força política autárquica no país, com 8,21% (menos 1,2 pontos percentuais do que em 2017), o que conduziu à perda de mais cinco câmaras: de 24 passou para 19. Tantas quantas como as 18 conquistadas pelos mais de 70 movimentos independentes que concorreram a estas eleições.
Na estreia em eleições autárquicas, o Chega ocupa a quarta posição em termos partidários, elegendo 19 vereadores, a maioria dos quais nos distritos de Lisboa e Santarém. O partido elegeu ainda 173 deputados municipais.
Já o BE perdeu um terço da representação nos executivos: dos 12 vereadores conquistados em 2017, passaram agora a quatro.
O PAN registou um ligeiro crescimento mas isso não permitiu eleger qualquer vereador, mantendo apenas representação em assembleias municipais. E mesmo assim, menos quatro do que em 2017 (tem agora 22).