O presidente do CDS relativizou o custo do palco projetado para a Jornada Mundial da Juventude, que ascende a cinco milhões de euros. Garantindo não "desvalorizar" o assunto, Nuno Melo considerou que o "essencial" é o país centrar-se na execução do PRR, que diz estar a ser "miseravelmente" levada a cabo pelo Governo. O democrata-cristão alegou ainda que a sondagem mais recente, que deu 0,0% ao CDS, "manipula" o país contra o seu partido.
Corpo do artigo
"É importante que nos centremos não tanto no acessório, mas no essencial", afirmou Nuno Melo, à margem de uma conferência sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), organizada pelo Partido Popular Europeu, em Lisboa.
Embora dizendo achar "muito bem" que o custo do altar seja notícia, frisou que essa infraestrutura "poderá ser depois utilizada em ocasiões futuras, multiplicando-se em receitas" no país.
No entender do democrata-cristão, o país deveria, sobretudo, centrar-se nos 16 mil milhões do PRR "que estão a ser miseravelmente executados por um Governo absolutamente incompetente".
Lembrando que esses fundos são "fundamentais" para a economia nacional, Nuno Melo criticou o facto de estes estarem "executados a 9%". "Isto para mim é que é notícia, não são cinco milhões", afirmou.
Para efeitos de comparação, o centrista lembrou o caso de Alexandra Reis, que recebeu "um décimo desse valor" de indemnização a sair da TAP, "empresa que, por acaso, já levou 3,2 mil milhões de euros dos contribuintes". Também recordou os 11 mil euros gastos na Web Summit "para receber 70 mil pessoas durante um fim de semana".
0,0% nas sondagens é "impossibilidade"
Questionado sobre a mais recente sondagem, que dá um resultado de 0,0% ao CDS, Nuno Melo garantiu que só ficará "preocupado" se o seu partido "não tiver melhores resultados nas urnas". Ao não dar qualquer resultado palpável ao seu partido, a sondagem em causa, feita pela Pitagórica para a TVI/CNN, incorre no "exercício de uma impossibilidade", vincou.
Melo reconheceu que "há um antes e um depois" das eleições legislativas de 2022, que ditaram a saída do CDS do Parlamento. No entanto, considerou que "só alguém destituído de racionalidade" acredita no "tamanho disparate" que é dizer que, se as legislativas fossem hoje, um partido que governa seis autarquias, elegeu um eurodeputado e "teve mais votos do que o PAN e o Livre" não teria "um voto".
"Uma empresa que se quer credível dizê-lo só me permite este exercício: manipula", reforçou, pedindo que se reflita sobre "a quem aproveita a manipulação".