Nuno Melo anunciou, esta quinta-feira, que não vai participar no Conselho Nacional do CDS-PP, que irá discutir uma coligação com o PSD na Madeira e os critérios para as listas de deputados. O eurodeputado apelou ainda a que outros conselheiros nacionais sigam o seu exemplo, até que a Jurisdição delibere sobre o pedido de impugnação que apresentou há um mês.
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"Decidi não participar na reunião do Conselho Nacional a realizar no próximo dia 26, apelando a outros conselheiros nacionais que me acompanhem nesta reação, até que uma decisão seja proferida relativamente à deliberação ilícita de adiamento do congresso do CDS", escreveu Nuno Melo na sua página na rede social Facebook.
Na mesma publicação, o eurodeputado faz duras críticas ao presidente do Conselho de Jurisdição, Alberto Coelho, por ainda não ter proferido qualquer decisão sobre o pedido de impugnação que apresentou, há um mês, e que visava tornar inválidas todas as decisões saídas do Conselho Nacional, que cancelou o congresso eletivo que tinha sido agendado para este fim-de-semana, em Lamego.
"Mais apelo ao presidente do Conselho Nacional de Jurisdição para que desbloqueie o órgão a que preside, pondo termo a uma estratégia que tem apenas em vista evitar que os membros do 'tribunal' do partido se possam pronunciar sobre a deliberação de adiamento do congresso, ou no limite, utilizar expedientes manifestamente dilatórios, para que nenhuma decisão possa ser proferida em tempo útil", exorta Nuno Melo, considerando: "É inaceitável que num partido fundador da democracia portuguesa, os órgãos não funcionem, de cada vez que possa estar em causa qualquer pretensão ou decisão da direção nacional ou do seu presidente".
Nuno Melo voltou a considerar, assim, que "a democracia está sequestrada" no CDS-PP. "Depois da suspensão do congresso do CDS, impedindo-se os militantes de votar escolhendo o líder e aprovando uma moção de estratégia, temos agora a suspensão do Tribunal do partido, por parte de um presidente que parece desconhecer que é tão somente um 'primus inter pares' e, nessa medida, tem de saber aceitar democraticamente as decisões do conjunto de conselheiros", atira.