O eurodeputado Nuno Melo apresentou, este sábado, a sua candidatura à liderança do CDS-PP por recusar "deitar a toalha ao chão" na missão "difícil" de fazer o partido reconquistar o seu lugar no parlamento.
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"Hoje começa a primeira batalha por um CDS renascido", afirmou Nuno Melo na apresentação da candidatura, este sábado ao final da tarde, na sede do CDS-PP, em Lisboa, sob o lema "O CDS faz falta a Portugal". Embora tenha admitido que a sua missão será "difícil", acrescentou: "Nunca tanto como hoje senti a obrigação de dar o peito às balas pelo meu partido".
O eurodeputado reconheceu que os militantes devem estar "atentos aos sinais". Nesse sentido, procurou esmiuçar as características de IL e Chega, partidos que, nas legislativas do passado dia 30, conquistaram boa parte do eleitorado que era dos democratas-cristãos.
Esse espaço é nosso e nós temos de lá voltar
Falando dos liberais, criticou o "capitalismo selvagem" que diz ser defendido por este partido. O CDS, por seu turno, rejeita "tratar as pessoas como números". "É isto que é o personalismo e o humanismo", referiu, aludindo a duas das bandeiras que, historicamente, o seu partido sempre agitou.
Já o Chega, prosseguiu Nuno Melo, "quer sentar-se à Direita do próprio regime". Assim, o eurodeputado entende que, a saída do CDS do Parlamento deixou uma clareira entre a IL (que, conforme Melo recordou, quer sentar-se no centro da bancada, entre PS e PSD) e o partido de André Ventura. "Esse espaço é nosso e nós temos de lá voltar", atirou, recebendo inúmeros aplausos dos apoiantes que lotaram a sala.
"Obstáculo financeiro" gera "angústia" em Nuno Melo
Ainda assim, o candidato a líder do CDS admitiu que a perda de representação parlamentar criou um "obstáculo financeiro" ao partido: "Não o podemos esconder, mas temos de o superar", apelou.
Não receberei um cêntimo como líder do CDS nos próximos dois anos
Em concreto, Nuno Melo mencionou os funcionários que trabalham "há anos" no CDS e que, hoje, têm o emprego "em risco". Revelando sentir "angústia" perante essa realidade, garantiu: "Não receberei um cêntimo como líder do CDS nos próximos dois anos", assegurou.
Nuno Melo estendeu ainda a mão aos rivais internos, dizendo querer acabar com as "zangas, tribalismos e ajustes de contas". "Quero ser a ponte, não quero ser barreira", garantiu. Também instou o partido a "adaptar-se às novas necessidades", nomeadamente passando a dar mais ênfase a temas como o ambiente ou a transição digital.