André Moz Caldas, apoiante de José Luís Carneiro, defendeu este sábado no congresso do PS que o partido tem a "responsabilidade de impedir o acesso da extrema direita ao poder", o que seria um "retrocesso democrático" nos 50 anos do 25 de Abril.
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"Não podemos aceitar um retrocesso democrático quando celebramos os 50 anos do 25 de Abril", disse o secretário de Estado da Presidência na apresentação da moção política com que José Luís Carneiro se apresentou às eleições diretas do PS e que perdeu para Pedro Nuno Santos, apontando ao PS a responsabilidade de ter "elevados padrões de exigência ética com todos os seus militantes ou independentes que disputem cargos públicos".
"A nossa moção celebra o legado político de António Costa e que orgulho temos nesse legado", disse André Moz Caldas, apontando a atenção às contas públicas e os investimentos na saúde, educação, segurança social e nas forças e serviços de segurança como marcas dos últimos oito anos de governação.
O secretário de Estado da Presidência apontou depois que o PS "é um partido fundador da democracia portuguesa e charneira no espetro político português".
"Um partido de pontes e diálogo, o que já demonstrou por diversas vezes ao longo da história democrática. O PS sempre honrou as suas alianças e sempre contribuiu para a estabilidade e governabilidade do país, tendo uma base doutrinária autónoma e própria - e assim deve continuar", frisou, defendendo que o PS "deve participar em todos os debates sobre o aprofundamento da qualidade da democracia, da transparência no exercício de funções públicas e políticas".
Moz Caldas passou em revista as prioridades defendidas pela candidatura de José Luís Carneiro - e que espera ver pelo menos em parte inscritas no programa eleitoral que agora irá ser elaborado para as eleições de 10 de março - e enunerou-as: crescimento e emprego, com particular atenção às pequenas e médias empresas (PME) e a emergência da habitação, com o necessário aumento do stock de habitação pública, e a necessidade de investimento na saúde, com um compromisso plurianual, bem como a necessidade de uma aposta continuada nas infraestruturas, em particular na rede ferroviária e na qualidade do serviço.
"Esta moção está à diposição dos órgãos que vão sair deste congresso, ao serviço do partido e do secretário-geral que conta com ela para as eleições que vai vencer no dia 10 de março", disse André Moz Caldas.