O aumento de verbas para os bombeiros portugueses que estão consagradas no Orçamento do Estado 2023 (31,7 milhões de euros" traduzem-se no maior aumento percentual (6,7%) dos últimos cinco anos, mas a Liga dos Bombeiros Portugueses considera que estes números estão "muito aquém daquilo que é justo e necessário". A insuficiência para fazer face à inflação e aos custos suportados pelo setor são as principais razões para a denúncia da situação, que caracterizam de "subfinanciamento crónico". A liga alerta, ainda, que, caso estas verbas não sejam reconsideradas, poderão obrigar mesmo à diminuição de capacidade de resposta dos bombeiros.
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"Subfinanciamento crónico" são as palavras usadas pela Liga dos Bombeiros Portugueses para descrever a situação do setor, apesar do Orçamento do Estado para 2023 (OE 2023) prever um aumento das verbas de apoio aos bombeiros em 6,7 %, ou seja, cerca de 2 milhões de euros, totalizando 31,7 milhões de euros.
Note-se que este reforço fica abaixo da taxa de inflação de 7,4% anunciada, levando a liga a considerar que está "muito aquém daquilo que é justo e muito abaixo das necessidades financeiras".
Como noticiou, esta segunda-feira, o JN, o financiamento público permanente canalizado para os bombeiros portugueses em 2022 atingiu os 29,7 milhões de euros, fazendo com que o aumento previsto para 2023 seja a maior variação percentual dos últimos cinco anos.
Contudo, a Liga dos Bombeiros Portugueses não partilha do entusiasmo. "É manifestamente insuficiente para compensar o acréscimo de custos que as associações voluntárias de bombeiros tiveram no presente ano e terão em 2023", reclama.
"O Governo, ao não ter considerado valores ajustados, pode estar a contribuir para a lenta agonia do estrangulamento financeiro das associações humanitárias de bombeiros voluntários, que, no limite, poderão ser obrigadas a reduzir a sua capacidade de resposta operacional", acrescenta.
A liga pede um aumento de, pelo menos, mais 2 milhões de euros, para que sejam capazes de fazer face aos aumentos dos preços dos combustíveis, dos produtos, do salário mínimo nacional em 2022 e dos salários em geral.