A Oposição criticou, esta sexta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, por ter indicado o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, para o substituir no Governo. Em causa, a independência do governador do Banco de Portugal.
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Para o líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, o facto de o primeiro-ministro ter sugerido Mário Centeno para o substituir no Governo é a prova da “grave falta de independência” que o partido sempre considerou que o governador do Banco de Portugal tinha face ao PS.
“Isto é apenas mais uma demonstração desta bastante grave da falta de independência que o governador do Banco de Portugal tem. Sempre dissemos que não era independente do poder político. O que vemos é que a teia socialista, que procura ocupar todos os espaços do Estado e do setor público, que tem sempre os mesmos protagonistas, as mesmas práticas e os mesmos resultados, também já se estendeu ao Banco de Portugal. E lamentamos profundamente que esta indicação tenha sido feita”, acusou Joaquim Miranda Sarmento.
O líder parlamentar do PSD desafiou, assim, Mário Centeno a revelar se a sua indicação para primeiro-ministro foi feita com a sua “anuência”. “Mostra bem que o governador é um agente político, não tem independência. Antes de ser governador e até antes de ser ministro das Finanças, é funcionário do Banco de Portugal e deve ter a preocupação de preservar a instituição à qual pertence há mais de 20 anos”, atirou Joaquim Miranda Sarmento.
Também o líder parlamentar da IL, Rodrigo saraiva, criticou a “atitude do PS, que se acha dono disto tudo”. “Confunde o Estado com o PS. Vinha com uma solução de secretaria à italiana. Já fomos muito críticos com a passagem de ministro das Finanças para o Banco de Portugal. É uma espécie de plataforma giratória”, apontou Rodrigo saraiva.
“O PAN foi sempre muito critico relativamente às portas giratórias, porque entende que os governantes devem ter um período de nojo”, reforçou a deputada única e líder do PAN, Inês Sousa Real.
Contudo, para o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, se Mário Centeno aceitasse a indicação só estaria a mostrar que é um cidadão “responsável”. “Qualquer português responsável, que lhe seja pedido um serviço importante numa circunstância importante para o país, deve aceitar. Nestas circunstâncias, a minha expetativa era a de que aceitasse. Um português responsável que não aceite um trabalho que é em favor de todos não me parece responsável”, considerou Eurico Brilhante Dias, acusando o PSD de revelar ter “má consciência”.