Com base nos apelos de vários profissionais, o bastonário da Ordem dos Médicos (OM) solicitou esta quarta-feira ao Ministério de Saúde que seja alargada para lá de 30 de junho a portaria que permite aos médicos passarem receitas à mão. A OM explica que existem, neste momento, 882 médicos inscritos na Ordem que preenchem estes critérios.
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Em comunicado enviado à imprensa, a Ordem dos Médicos indica que a "iliteracia informática contribui para que médicos mais velhos continuem a optar pelas receitas escritas à mão, sendo essa a única forma que têm de dar consultas e assistir os doentes".
Sublinha ainda que esta situação ocorre frequentemente "em zonas do país mais isoladas, onde há escassez de acesso a cuidados de saúde". O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães diz, citado no comunicado, que "quem não está no terreno e quem não vê doentes não faz ideia das realidades vividas, sobretudo nas regiões mais carenciadas".
Miguel Guimarães também destaca que tornar as receitas unicamente eletrónicas é uma medida perigosa. "Não há nenhum país do mundo que tenha as receitas 100% eletrónicas", acrescenta. Além da questão da inaptidão informática, a possibilidade da prescrição manual continua a ser essencial perante a inoperabilidade dos sistemas, alerta.
Foi com base nestes pedidos que o bastonário pediu ao Ministério da Saúde a prorrogação das exceções contempladas no artigo 8.º da portaria 224/2015, de modo que os médicos possam continuar a efetuar prescrições manuais após 30 de junho, data limite para a transição.