Segurança Social, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) declararam à comissão municipal que investiga o caso dos refugiados atendidos por russos em Setúbal que, desde o início da guerra na Ucrânia, não trabalharam com os cidadãos russos na associação Edinstvo. O PSD quer ouvir a ex-presidente da Câmara setubalense, Maria das Dores Meira.
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Nuno de Carvalho, que preside à Comissão de Fiscalização da Conduta do Município de Setúbal, refere ao JN que o IEFP, a título de exemplo, declarou ter trabalhado com um cidadão ucraniano desta associação após o início do conflito. Os restantes organismos negaram ter colaborado com o casal russo no centro da polémica.
O trabalho da comissão está quase terminado e deve apresentar os resultados na próxima reunião da Assembleia Municipal de Setúbal, em fevereiro. O PSD, por iniciativa de Nuno de Carvalho, quer ouvir, ainda, Maria das Dores Meira, que foi presidente da Câmara entre 2006 e 2021. "É preciso perceber como esta associação ganhou tanta credibilidade junto das mais variadas instituições", entende Nuno de Carvalho, esperando que a autarca possa elucidar sobre a matéria.
A Comissão de Fiscalização da Conduta do Município de Setúbal no acolhimento de refugiados ucranianos foi criada em maio, na sequência do caso polémico dos 160 refugiados recebidos em Setúbal pelo casal russo Igor Khashin, membro do Edintsvo e antigo presidente da Casa da Rússia e do Conselho de Coordenação dos Compatriotas Russos, e pela mulher, Yulia Khashin, funcionária da autarquia.
A Polícia Judiciária (PJ) continua a investigação ao caso para perceber se os dados dos refugiados ucranianos foram acedidos de forma ilegal e sem autorização, neste caso por Igor Khashin que participou nas entrevistas sem ser funcionário da Câmara. A PJ vai apurar, também, se os dados foram recolhidos e utilizados de forma incompatível com o objetivo, o do acolhimento, e se foram desviados a terceiros sem consentimento ou previsão legal, neste caso a entidades russas.