A corrida para Belém começa a fervilhar. Henrique Neto é o único candidato oficial mas Paulo Morais já confirmou que vai avançar, Sampaio da Nóvoa deve formalizar nos próximos dias e Carvalho da Silva está no terreno.
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Em contagem decrescente para as legislativas, são as presidenciais que estão a agitar partidos e independentes. Enquanto a lista de candidatos aumenta, o PS que deseja uma candidatura de António Guterres tem António Vitorino a marinar. E PSD e CDS aguardam por Marcelo Rebelo de Sousa, tendo Santana Lopes disponível para avançar. Os dois antigos líderes social-democratas, aliás, vão estar esta sexta-feira em jantares comemorativos do 40º aniversário do partido a medir a temperatura dos militantes - Marcelo em Beja, Santana em Leiria.
Paulo Morais, ex-vice de Rui Rio, confirmou que é candidato à Presidência. A apresentação formal está marcada para dia 18, no emblemático café do Porto, "Piolho", e as bandeiras eleitorais também já estão definidas - o combate à corrupção, a transparência da vida política e o respeito pelos princípios constitucionais são as suas prioridades.
Carvalho da Silva está igualmente a preparar terreno, como avança esta quarta-feira o JN. Depois de há um mês ter expresso a sua disponibilidade para entrar na corrida, o ex-secretário-geral da CGTP está a fazer convites para a sua equipa.
Sampaio da Nóvoa deve avançar nos próximos dias. O ex-reitor da Universidade de Lisboa está a agitar não só a corrida para Belém como a dividir o PS. Mário Soares já lhe concedeu o seu apoio. Manuel Alegre elogiou-o ao defini-lo "como um homem de Esquerda e não esquerdista", mas Vera Jardim não vê com bons olhos a sua candidatura e o deputado Sérgio Sousa Pinto fez-lhe duras críticas no Facebook.
Marcelo Rebelo de Sousa insiste nos seus comentários que o PS aguarda por António Guterres, mas o antigo primeiro-ministro ainda esta quinta-feira, em Bruxelas, manteve o tabu ao recusar responder ao JN tanto sobre a sua possível candidatura, como se irá continuar a dedicar-se à área dos refugiados.
O antigo -líder do PSD e comentador da TVI também mantém o tabu. Recusa pronunciar-se sobre a sua possível candidatura mas já avisou Santana Lopes (que também avançou o nome de Paulo Portas para Belém, que levou o vice-primeiro-ministro a responder não estar "nem aí") que será um "suicídio" para a Direita se tiver de dividir votos entre diversos candidatos.
Já Pedro Santana Lopes - outro recorrente potestativo candidato - voltou a manifestar a sua disponibilidade para entrar na corrida mas só vai decidir depois das legislativas.
O PS também tenta acalmar os ânimos. O líder parlamentar, Ferro Rodrigues, afirmou que os socialistas devem esperar e só apoiar um candidato depois das legislativas. António Vitorino é o quarto a alimentar tabu sobre uma possível candidatura. Por certo, não avançará sem uma decisão de António Guterres.
Henrique Neto foi o primeiro a avançar e a oficializar a candidatura. Antigo comunista, é militante do PS desde 1991. Assume-se como candidato contra a corrente partidária. É um crítico de José Sócrates, apoiou António José Seguro e motivou uma reação curiosa do novo líder socialista. "É-me indiferente", disse António Costa.