Os "guardiões da floresta" mostraram ao Mundo que é urgente coragem para mudar

Comunidade indígena fez-se ouvir na cimeira internacional sobre o clima e quer continuar a ter voz
Foto: Fraga Alves/EPA
Foram a presença mais notada na Conferência para as Alterações Climáticas (COP30). Não apenas na Zona Azul, onde decorreram as negociações ao mais alto nível, mas por toda a cidade. Os indígenas "ocuparam" Belém do Pará, no Brasil, para mostrar ao Mundo que o planeta não pode esperar mais e que a sua "casa", na floresta amazónica, está mais ameaçada do que nunca. São eles que sentem na pele os riscos da desflorestação, da mineração ou da exploração do petróleo.
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O acesso ao recinto da COP, onde estão os negociadores dos 140 países, faz-se ao longo de dezenas de metros a pé, debaixo de um sol abrasador, com várias línguas cruzadas. Nas extremidades da estrada, encontramos a primeira presença destes povos. Arassari Pataxó fez mais de dois mil quilómetros para estar em Belém, o centro do Mundo por estes dias. Veio de Salvador, na Baía, com mais três familiares, mostrar o artesanato que produz todo o ano e com a urgência de falar: "Queremos que a humanidade saia aqui do país sabendo quem são os verdadeiros guardiões e quem faz, realmente, proteção ambiental".
