Os nossos esforços para combater a Covid-19 exigem responsabilidade individual
Continua a discutir-se o momento de abertura das restrições sociais, dos riscos, da necessidade de imunidade.
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Aguarda-se uma vacina, que tarda e na melhor das hipóteses demorará meses a chegar. Fala-se da imunidade de grupo, da necessidade de irmos criando imunidade mas também das suas consequências (saturação da resposta dos serviços de saúde, aumento da mortalidade) se não tivermos o cuidado necessário.
A abertura das restrições sociais terá de ser acompanhada de uma responsabilidade individual acrescida perante o resto da comunidade. Cada um pode ser responsável por transmitir a infeção e consequentemente perpetuar a transmissão na comunidade.
A distância física, a lavagem de mãos, as máscaras não nos protegem só a nós, protegem também os outros.
À medida que vamos abrandando as restrições, a probabilidade de estarmos expostos ou de expormos alguém (relembrar que podemos estar infetados e assintomáticos) é cada vez maior. A abertura das restrições é inevitável e benéfica. Devemos começar por atividades onde a exposição seja menor, por pessoas com menor risco de formas graves (crianças e jovens).
Sabemos que uma vacina pode demorar. Entretanto, precisamos de encontrar uma forma de fazer com que a nossa sociedade funcione da maneira mais segura possível. Precisamos de ter testes diagnósticos, serviços de saúde preparados, profissionais treinados e monitorização adequada. Precisamos igualmente que cada indivíduo assuma a sua quota-parte de responsabilidade. As próximas semanas e meses exigirão que cada um tome todas as ações necessárias para ajudar a conter e evitar a disseminação adicional da Covid-19. Ainda há um longo caminho a percorrer e só o conseguiremos fazer, sem grandes danos, se todos participarem de forma responsável nos esforços para combater o vírus. Temos o poder da responsabilidade individual.
Pneumologista