Padre acusado de abusos em Bragança foi sancionado pela Santa Sé e já está livre
Um dos três padres que fazem parte da lista dos envolvidos nos abusos sexuais identificados na diocese de Bragança-Miranda foi sancionado com uma pena de suspensão de todas as funções. O pároco faz parte do lote de suspeitos de abuso elaborada pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal ao administrador diocesano.
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Uma fonte da Diocese brigantina indicou que o padre, que era pároco e acipreste, "esteve recatado" nos últimos dois anos, "mas já está livre por ter cumprido o processo canónico instaurado" pela Santa Sé. Ainda que não tenha funções atribuídas, o sacerdote "colabora, pontualmente, quando lhe é solicitado, em várias tarefas ligadas à Igreja", acrescentou a mesma fonte.
Em causa estava a acusação de um seminarista, de 17 anos, que se queixou de ter sido abusado sexualmente pelo padre. O caso foi investigado pelo Ministério Público, que decidiu pelo arquivamento da queixa.
Ministério Público decidiu pelo arquivamento da queixa
A Diocese de Bragança-Miranda divulgou este sábado que constam três padres da lista dos envolvidos nos abusos sexuais no âmbito da Igreja resultante das denúncias por parte de eventuais vítimas, recebida pelo administrador Diocesano enviada pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal.
Num comunicado a Diocese brigantina faz saber que "dos três nomes recebidos, um tornou-se naturalmente inconsequente por falecimento. Outro já tinha sido alvo de um processo canónico por abuso sexual de menores, entretanto concluído. Verificou-se também que o terceiro nome é de fora da Diocese, pelo que já foi devidamente encaminhado para a Diocese de origem".
Recorde-se que em 2016, um padre da Diocese de Vila Real, na altura a lecionar em Bragança, foi condenado a 20 meses de prisão, com pena suspensa, por abuso sexual de menores, nomeadamente de duas meninas de 10 e 13 anos, com quem trocava mensagens e fotografias com conteúdo erótico pelo Facebook. O sacerdote foi alvo de um processo canónico por parte da Santa Sé que determinou o seu recolhimento a um mosteiro durante quatro anos, suspendendo-o de todas as suas funções.
A Diocese de Bragança-Miranda quando teve conhecimento das acusações encaminhou o sacerdote para a Diocese de origem.