O líder do PAN revelou que o Governo está a estudar a possibilidade de decretar um confinamento geral na primeira quinzena de dezembro, de modo a preservar o período de Natal. No entanto, para já, este cenário é apenas uma "hipótese em cima da mesa", acrescentou André Silva.
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A medida, reforçou o porta-voz do PAN à saída de uma reunião com o primeiro-ministro, em São Bento, ainda não é "um dado adquirido". Para poder ser decretada requer, primeiro, a vigência do estado de emergência, lembrou. "Na opinião do primeiro-ministro, se for o caso, essa medida procura antecipar ou prever aquilo que poderá ser um impacto enorme ao nível do Natal, fazendo com que as pessoas fiquem mais consciencializadas e reduzam os contactos. É preciso que se chegue ao Natal com a possibilidade de juntar a família", justificou André Silva. O deputado sublinhou, no entanto, que "essa medida não está certa e segura" e que "tudo dependerá daquilo que resultar da posição do presidente da República".
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Mas segundo apurou o JN, o que está em causa é um recolher obrigatório nas duas primeiras semanas de dezembro, que apanhe os dois feriados e as respetivas pontes, numa espécie de teste para controlar a epidemia e perceber se as famílias se podem reunir no Natal.
Governo vai apertar restrições nos concelhos com mais de 240 casos por 100 mil habitantes
André Silva revelou também que o Governo pretende "estender" as medidas decretadas para Lousada, Felgueiras e Paços de Ferreira aos concelhos que, nos últimos 14 dias, têm mais de 240 casos por 100 mil habitantes". André Silva também revelou que o partido é contra um recolher obrigatório neste momento.
O porta-voz e deputado do PAN disse concordar "na íntegra" com a resolução do Conselho de Ministros que estabeleceu as restrições para os referidos concelhos, à exceção da norma que proíbe a visita e o contacto com idosos.
André Silva afirmou ainda que o Governo está a estudar soluções que podem ter algum grau de "gradualismo" e evoluir, eventualmente, para o decretar do estado de emergência e do recolher obrigatório.
"Neste momento, não somos favoráveis à aplicação desta medida [recolher obrigatório], porque a consideramos desnecessária", vincou André Silva. "Os surtos estão a ocorrer nos transportes públicos, em contexto laboral e, também, no regresso às aulas e em contexto familiar. Portanto, é completamente fora deste horário [noturno] que se verificam os contágios e surtos".
No entanto, o líder do PAN ressalvou que o partido pode, no futuro, rever a sua posição acerca desta matéria. O deputado também considerou justificável "restringir determinadas liberdades" no atual contexto, mas frisou que "o Governo tem de fazer mais para conter estes surtos". Na opinião do deputado, há um "desequilíbrio" entre a rigidez das restrições e a falta de condições nos transportes públicos ou no SNS.