Impostos e habitação foram os temas que dominaram o debate entre Pedro Nuno Santos e Inês Sousa Real, deste sábado à noite. A deputada do PAN tentou encostar o PS ao BE. Pedro Nuno Santos defendeu que é preciso equilibrar entre as preocupações com o fim do mundo e "de quem tenta chegar ao final do mês".
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PS e PAN divergem quanto a uma descida do IRC. Inês Sousa Real afirmou que "não se pode diabolizar as empresas". Pedro Nuno Santos respondeu que não se pode dar "borlas fiscais". O secretário-geral do PS voltou a insistir que a redução do IRC tem um custo de 1260 milhões de euros. Por isso, os socialistas propõem antes o IVA Zero para os bens essenciais.
"De repente pensei que estava a debater com o BE", afirmou Inês Sousa Real, acusando o PS de se "encostar mais à extrema-Esquerda do que ao Centro Esquerda".
"Registo a tentativa de nos colocar um rótulo de radicalismo", retorqui Pedro Nuno Santos, alegando que a posição do PS sobre o IRC é a mesma há anos. "Radical é dar borlas fiscais a quem não precisa", afirmou.
Os dois dirigentes também divergiram sobre as taxas e isenções sobre os combustíveis. Pedro Nuno Santos defendeu que "boa parte da população" não tem acesso a transportes públicos pelo que discorda de um agravamento da despesa a quem precisa do automóvel "para ir trabalhar".
"É fundamental conciliar quem está preocupado com o fim do mundo e quem está preocupado em chegar ao final do mês", afirmou Pedro Nuno Santos. Inês Sousa Real acusou PS e PSD - "governo atual e anterior" - "de darem a mão a quem, mais polui em vez de darem às famílias" e defendeu mais passes gratuitos e um fim do ISP progressivo.
Em relação à habitação, Inês Sousa Real criticou a proposta do PS de afetar parte dos lucros da Caixa Geral de Depósitos para as autarquias construirem casas. A líder do PAN considera que seria preferível que o banco público aplicasse taxas mais competitivas nos crédito e cobrasse menos comissões bancárias. Pedro Nuno Santos afirmou "que não há mais medidas" a aplicar neste setor. O que o país precisa "é de mais construção".