Cientistas da Universidade de Aveiro recomendam que plástico seja reciclado após desinfeção ou quarentena.
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Cientistas da Universidade de Aveiro (UA) alertam para o aumento exponencial de lixo devido à covid-19 e apelam à criação de alternativas mais sustentáveis.
Numa primeira fase, o confinamento gerou ganhos para o meio ambiente, com a redução da poluição atmosférica, mas, numa segunda fase, percebeu-se que haveria outras consequências. Ana Luísa Silva e Joana Prata, investigadoras de Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA e primeiras autoras de estudos sobre o aumento de lixo durante a pandemia, estimaram, com base em estratégias de saúde pública, que a nível mundial são necessárias, mensalmente, 129 mil milhões de máscaras e 65 mil milhões de luvas. Para além destes materiais de proteção, que não são recicláveis, verificou-se, também, um "aumento exponencial" de outros plásticos, como embalagens de take away, sacos e garrafas, que, em vez de continuarem a ser reciclados, têm ido para o lixo indiferenciado.
Para inverter a tendência, Ana Luísa Silva recomenda que o plástico (exceto materiais de proteção) seja reciclado "após desinfeção ou quarentena". Também apela à utilização de "máscaras sociais reutilizáveis", como forma de reduzir a quantidade de resíduos gerados. E espera que se regresse ao "caminho da economia circular que estava a ser traçado" antes da pandemia.
Para os artigos científicos, as investigadoras contaram com a colaboração de outros investigadores do CESAM, da Universidade de Dalhousie (Canadá), do Instituto de Diagnóstico Ambiental e Estudos da Água (Espanha) e da Beijing Normal University (China).