A caminho de Portugal, Francisco confessou que visita a Fátima é de "oração"
Corpo do artigo
Não houve nem um minuto de atraso. Às 14 horas horas em ponto, o avião da Alitalia que transportou o Papa, o seu séquito e os jornalistas acreditados pelo Vaticano até Monte Real começou a operação de descolagem do aeroporto de Fiumicino, em Roma. Exatamente 59 minutos depois, Francisco saía da sua área reservada - situada na parte da frente do avião - para cumprimentar, uma a uma, todas as pessoas que o acompanharam na viagem.
"Boa tarde e obrigado pela companhia e o trabalho que ides fazer", começou por dizer aos 69 jornalistas e operadores de imagem de todo o mundo que seguiram no avião, acrescentando que a peregrinação a Fátima é um momento importante: "Esta viagem é algo especial, viagem de oração, de encontro com o Senhor, com a Santa Mãe de Deus". O discurso, curtíssimo, terminou com Francisco a agradecer "a companhia" e deixar uma palavra de ânimo: "Vamos em frente".
Durante cerca de vinte minutos, Francisco cumprimentou todos os jornalistas, um a um. Apesar de visivelmente cansado e sem a espontaneidade habitual, sorriu sempre e ouviu com paciência os "recados" que lhe quiseram entregar. Recebeu, com ar interessado, uma réplica do "Jornal de Notícias" do dia em que nasceu, além de dezenas de cartas, livros e desenhos de crianças. Pelo meio, abençoou uma jornalista brasileira que está grávida e várias fotografias e objetos. Francisco regressou depois, pouco antes das 14.30 horas, ao seu lugar.
Explosão ao acordar, um check-in "normal"
O pequeno grupo de jornalistas portugueses que integram a comitiva da viagem viajou em conjunto até ao aeroporto de Fiumicino, em Roma. Durante o trajeto, começaram a surgir as primeiras notícias, na rádio, da explosão de uma bomba artesanal numa estação de correio em Aventino. As primeiras informações davam conta de que poderia ter-se tratado de um ato de um grupo anarquista.
O incidente não levou a medidas de segurança maior no aeroporto - pelo menos aparentemente. E pouco depois das 10 horas, as três portas de embarque da Alitália destinadas ao check-in já estavam a receber os passaportes dos profissionais de comunicação acreditados pelo Vaticano para cobrirem a viagem a Fátima. Apesar de tratar de um voo "especial", não houve - pelo menos à vista desarmada - procedimentos de check-in diferentes do habitual.
O embarque começou às 12.55 horas, com os jornalistas a serem transportados até ao avião em dois autocarros. O Papa e o séquito só embarcaram, de forma discreta e quase impercetível para quem já estava no avião, cerca de meia hora depois. Ao sair da Casa de Santa Marta, no Vaticano, em direção a Fiumicino, Francisco cumprimentou seis mulheres e os respetivos filhos. Um grupo de pessoas, explicou Greg Burke, o porta-voz do Vaticano, "com vidas difíceis".
Poucos minutos depois da descolagem, a Alitalia serviu champanhe de boas vindas e um almoço ligeiro.