Meia centena de doentes do Hospital de Santo António fazem tratamentos em unidades perto de casa. Pacientes do Algarve vão deixar de percorrer 1200 kms a cada três semanas
Corpo do artigo
Há pouco mais de seis meses, o despertador de Isabel tocava às 5.15 horas, a cada três semanas. Metia-se na autoestrada, da Figueira da Foz até ao Porto, mais concretamente ao Hospital de Santo António, para fazer um tratamento intravenoso que lhe vai garantindo qualidade de vida. Perdia o dia todo, gastava “muito dinheiro” nas viagens, para além do que deixava de receber. Em janeiro, tudo mudou. “Agora, é só atravessar a ponte” e à tarde já vai trabalhar.
Isabel Ferreira é uma das 48 doentes de paramiloidose, popularmente conhecida como “doença dos pezinhos”, que estão a fazer tratamentos num hospital próximo de casa, em articulação com o hospital de referência, o Santo António. Até ao início de julho serão 57. Hoje, assinala-se o Dia Nacional de Luta contra a Paramiloidose, uma doença hereditária e progressiva, com mais incidência a Norte, mas disseminada por várias regiões. Em todo o país, há apenas dois hospitais de referência para esta patologia (Santo António e Santa Maria, em Lisboa), mas apenas o do Porto está a fazer tratamentos descentralizados.