Apesar da luz verde do Governo, surgida a 9 de junho, para os parques aquáticos abrirem seis dias depois, só dois é que já conseguiram abrir: o Zoomarine de Albufeira, anteontem, e o Aquaparque Madeira de Santa Cruz, ontem.
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Os restantes aceleram passo nos preparativos e nas medidas anti-covid para abrirem até 15 de julho, todos com limites à lotação e com marcação prévia, garante a associação do setor.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) já emitiu um parecer para estes estabelecimentos, depois de a Associação de Parques Aquáticos de Portugal (APAP) ter apresentado uma proposta com base nas orientações da DGS para outras atividades, que apenas mereceu "ligeiros" retoques, segundo Diogo Marques, presidente da APAP.
O "grande desafio" será estabelecer o distanciamento social exigido: dois metros entre grupos fora de água e três metros dentro das piscinas e entre guarda-sóis. A capacidade máxima fica ao critério de cada parque. "Como a lotação vai ser flutuante, apelamos a que as marcações sejam online", diz Diogo Marques.
Um mês de preparativos
A indefinição das normas atrasou os trabalhos para a abertura, desde o recrutamento e a formação dos funcionários à criação de sinaléticas e aquisição de material para mitigação de riscos de saúde pública. "É sempre preciso um mês no mínimo", diz Hélder Silva, diretor do Parque Aquático de Amarante, cuja abertura está prevista para o próximo dia 26. Falta a vistoria habitual do Instituto Português do Desporto e Juventude, que tutela a atividade, que será feita com a autoridade de saúde, segundo a DGS.
Apesar de estar "positivo" quanto à procura, o mês parado trouxe já perdas de 300 mil euros para o parque de Amarante e as restrições vão implicar "sempre quebras de 20% a 30% nas receitas do ano, no melhor cenário", diz Hélder Siva, acreditando no aligeirar das regras. O parque teve obras de ampliação este ano.
No Slide & Splash, em Lagoa, a lotação vai ser reduzida a metade, para receber 2200 pessoas por dia e em simultâneo. O parque algarvio, que abre a 29 de junho, está a marcar na relva cerca de 600 quadrados de 25 metros quadrados cada, para grupos até cinco pessoas coabitantes, segundo o diretor Paulo Santinho. "Toda a preparação leva tempo", diz. "É claro que são limitadoras, mas são regras facilmente praticadas pelos parques e pelo público", acrescenta. O Slide & Splash, que fatura 9 milhões por ano, era para abrir em abril como os parques a sul. "Não vamos ter lucro. Vamos tentar não ter prejuízo, mas a incerteza abunda", refere.
O uso de máscaras é agora obrigatório nos espaços confinados e as espreguiçadeiras têm de ser desinfetadas a cada utilizador, o que é facilmente contornável quando são alugadas ao dia, segundo Diogo Marques, também responsável pelo Sportágua em Peniche, que abre a 4 de julho.
A atividade é tida pelo setor como das mais seguras. "Já tínhamos controlo de higiene e desinfeção, circuitos de entrada e saída nos acessos e equipamentos", sublinha. "A melhor forma de alguém estar desinfetado é divertindo-se na água", acrescenta Hélder Silva.
Dois parques não abrem este ano
Dos 14 parques aquáticos no país, há dois que face às restrições já decidiram não abrir este ano: o Aquashow, na Quarteira, e o Aquagruta, em Mira de Aire, segundo o presidente da APAP. O primeiro porque "está em obras e não lhe compensa interrompê-las", como estava inicialmente previsto, e o segundo dada a sua já "reduzida dimensão". O Zoomarine já abriu a vertente aquática porque "já tinha sido vistoriado", explica.