
Clima entre candidatos começou cordial e prosseguiu tenso
Foto: Francisco Romão Pereira/RTP
Num confronto de palavras aceso, Jorge Pinto recusou esta segunda-feira à noite a ideia de poder desistir a favor de António José Seguro para facilitar a ida deste à segunda volta das eleições presidenciais.
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"A hipótese nunca esteve em cima da mesa. O que falei foi de um pacto republicano de diálogo à esquerda, que ficou impedido depois de Seguro ter apresentado tão cedo a sua candidatura, assim travando uma candidatura única", afirmou, na RTP, o candidato apoiado pelo Livre. Que lembrou a "contradição estrutural" do adversário, que "quer ser presidente mas enquanto líder do PS não apelou à defesa da Constituição quando permitiu a aprovação do Orçamento do Estado e de alterações às leis do trabalho, em 2012 nos tempos da troika".
António José Seguro acusou o toque e justificou ter anunciado em julho que entraria na corrida a Belém porque "os partidos não têm o condomínio das eleições presidenciais", questionando que um "candidato tão jovem queira discutir o passado" e lembrando que as votações passada do PS se deveram "à defesa do interesse nacional".
De resto, o debate decorreu sem outras tensões evidentes. No que diz respeito às alterações às leis do trabalho avançadas pelo Governo, ambos mostraram oposição. "Vai acrescentar precariedade", disse Jorge Pinto. "Desequilibram as relações entre empresários e trabalhadores", apontou António José Seguro.
Após mostrarem convergência de posições em matérias como a Saúde, discordaram apenas ao de leve quanto à necessidade de uma revisão constitucional. Seguro acusou Pinto de "agir erradamente" ao defender a dissolução da Assembleia da República caso o tema fosse decidido apenas entre os partidos de direita, maioritários no Parlamento.
O debate terminou com os candidatos pedirem aos portugueses "uma oportunidade" à emigração, no caso de Jorge Pinto, e "mais integração", segundo António José Seguro. E com ambos a fumarem o cachimbo da paz: "Jorge Pinto não é o meu inimigo", garantiu Seguro; "António José Seguro também não é o meu", garantiu Jorge Pinto.
