As interrupções nos voos custam, em média, 360 euros aos passageiros em despesas não planeadas, como a alimentação ou o alojamento, que amiúde não são reembolsados. Um inquérito da organização de defesa de direitos dos passageiros aéreos AirHelp mostrou que muitos passageiros não são informados dos seus direitos.
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Segundo o inquérito da organização, os passageiros pontuaram o tratamento recebido pelas companhias em 3.13 pontos numa escala de 10, indicador de um cenário negativo a nível do tratamento dos passageiros e do cumprimento dos regulamentos aéreos europeus. Por outro lado, muitos inquiridos admitiram que uma comunicação atempada e informativa sobre problemas com o horário dos voos aumentaria o seu nível de satisfação em 60%.
Dos mais de 100 mil inquiridos no estudo da AirHelp, 82% indicaram que as companhias aéreas não os informam devidamente dos seus direitos, apesar do regulamento europeu, CE 261/2004, que estipula a obrigação de as companhias informarem os seus passageiros e os indemnizarem até 600 euros por viagem em atrasos superiores a três horas.
“O estudo realizado pela AirHelp indicou que uma indemnização justa e a disponibilização de informação adequada e proativa por parte das companhias aéreas junto dos passageiros aéreos são os aspetos mais valorizados pelos mesmos e que podem fazer a diferença”, reitera a AirHelp em comunicado.
Direitos “à la carte”
Alguns inquiridos afirmaram que receberam serviços básicos, como alimentação, por parte das companhias aéreas em casos de atraso de voo, mas perto de metade confessa que os serviços só foram prestados por solicitação. No entanto, em casos em que o voo é cancelado, embora muitos passageiros não recebam a totalidade dos seus direitos, os dados já mostram um cenário mais positivo: há menos necessidade de solicitar os serviços a que têm direito.
O estudo foi realizado com dados do portal da AirHelp, que conta com mais de 153 mil avaliações. A AirHelp é uma organização internacional, criada em 2013, especializada na defesa dos direitos dos passageiros aéreos e uma das suas missões é ajudar os passageiros a obter compensações por voos atrasados ou cancelados por sobrelotação.