Passagens de nível: “O ‘ainda dá’ – atravessar com sinalização ativa – é extremamente perigoso”
Especialista explica que para parar um comboio que circule a 100 km/h é necessária uma distância que compreende cerca de oito campos de futebol.
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“O comportamento do ‘ainda dá’ – atravessar uma Passagem de Nível (PN) mesmo com sinalização ativa – é extremamente perigoso. Temos de combater esse facilitismo”. A ideia foi vincada na quinta-feira, por Hilário Ferreira, técnico da Infraestruturas de Portugal (IP), durante uma ação de prevenção realizada na PN da Linha do Douro, em Juncal, Marco de Canaveses.
O responsável precisou que para parar um comboio que circule a 100 km/h é necessária uma distância que compreende cerca de oito campos de futebol.
Para combater o comportamento negligente de peões e automobilistas, a IP, em parceria com a GNR e a Autoridade Nacional de Segurança Ferroviária (ANSF), promoveu a referida ação integrada no Dia Internacional da Segurança em Passagens de Nível, celebrado em simultâneo em mais de 50 países.
Na ocasião, o capitão Rodrigues, da GNR de Amarante, reforçou que o desrespeito da sinalização luminosa e sonora é o principal fator de risco. “Quando esta é ignorada, as pessoas incorrem num perigo real e imediato”, alertou.
Desde 2020, um grupo de trabalho tem vindo a estudar a sinistralidade nas passagens de nível e os workshops realizados em 2023 e 2024 permitiram definir medidas práticas para mitigar o risco. Entre elas, a supressão de passagens de nível tem sido apontada como a mais eficaz. Na Linha do Douro, nomeadamente no troço eletrificado entre o Marco e o Porto, a esmagadora maioria das passagens já foi eliminada. No entanto, a montante do Marco, o cenário é diferente: a eletrificação até ao Peso da Régua continua por concretizar e as PN permanecem apenas com proteção por barreiras automáticas, sinais luminosos e sonoros.