O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu esta sexta-feira que se Portugal tivesse procedido de "maneira fácil", como a oposição propôs, hoje estaria "exatamente como a Grécia", à "beira de um terceiro resgate".
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"Se tivéssemos procedido dessa maneira fácil nós hoje estávamos exatamente como a Grécia, quer dizer, à beira de um terceiro resgate", afirmou o primeiro-ministro, argumentando que essa "maneira fácil" consistia em "voltar aos mesmos fundamentos" que causaram a crise.
Esses fundamentos seriam o aumento das despesas públicas, não tomar "as rédeas das finanças" e a ausência de rigor, argumentou Passos Coelho, afirmando que tais medidas foram defendidas pela oposição ao longo dos últimos quatro anos.
O primeiro-ministro falava no parlamento durante o debate quinzenal.
"Hoje é inequívoco que a Grécia não conseguirá prosseguir o seu caminho sem um terceiro pedido de ajuda externa. Não o conseguirá fazer por meios próprios e esperamos evidentemente que possa, pelo menos, concluir o segundo de maneira a podermos não perder mais quatro meses para discutir o próximo", afirmou.
Passos Coelho declarou que "hoje Portugal não está nessa iminência, como não está a Irlanda, como não esteve a Espanha em todo este período".
"Algum destes governos teve alguma satisfação em tomar medidas que tinham um impacto social inequivocamente negativo?", questionou.
O chefe de Governo insistiu que se Portugal não está hoje como "há 4 anos na iminência de um contágio" que atire o país para outro resgate, foi porque o executivo não seguiu as alternativas apresentadas pela oposição.