A União Europeia precisa de "fazer mais, e urgentemente" face a conflitos como os da Síria e Iraque, defendeu Pedro Passos Coelho, esta sexta-feira, após uma reunião com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, em Lisboa.
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"A União e os seus membros precisam de fazer mais, e urgentemente, para enfrentar as crises externas com que nos deparamos. Os conflitos na Líbia, na Síria, no Iraque, no Iémen ou na Eritreia precisam de um renovado envolvimento político por parte da União e da comunidade internacional, ao mesmo tempo que nos empenhamos de forma vigorosa na ajuda às centenas de milhares de pessoas que chegam à Europa refugiadas destes conflitos", declarou Pedro Passos Coelho, no final de um encontro com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, na residência oficial de São Bento, em Lisboa.
No que respeita ao apoio aos refugiados, sem indicar números, o primeiro-ministro português reiterou que Portugal "está disponível para ativamente contribuir para este esforço".
O chefe do executivo PSD/CDS-PP considerou que Portugal tem uma "conhecida vocação humanista" no que respeita ao acolhimento de refugiados.
"Fizemo-lo em diversos momentos da nossa história, como quando, no final da II Guerra Mundial, acolhemos milhares de crianças austríacas, que necessitavam de recuperar dos traumas da guerra, quando, no final da década de 90, recebemos milhares de kosovares, ou quando, hoje em dia, acolhemos cidadãos sírios que, ao abrigo da Plataforma Global de Apoio aos Estudantes Sírios, frequentam as nossas universidades", apontou.
"Nenhum outro país europeu fez mais do que o Reino Unido"
No mesmo sentido, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, assegurou que o Reino Unido vai receber milhares de refugiados sírios a juntar aos cinco mil que já reinstalou, mas remeteu os pormenores para a próxima semana.
"Aceitámos cinco mil sírios e criámos um programa específico de reinstalação (...) Vamos aceitar mais milhares, com este sistema que já existe, e vamos manter o número em revisão", disse Cameron.
O primeiro-ministro britânico frisou que a estratégia do seu Governo vai continuar a ser a de "retirá-los dos campos de refugiados", para "lhes permitir uma rota mais direta e segura para o Reino Unido, em vez de arriscarem na perigosa viagem que tragicamente custou tantas vidas".
"A Grã-Bretanha vai agir com a cabeça e o coração", disse, depois de sublinhar que o país "tem uma responsabilidade moral" que tem cumprido, sendo dos que mais tem feito para ajudar os refugiados do conflito sírio.
"Como segundo maior doador bilateral, demos mais 900 milhões de libras (12,3 milhões de euros) em ajuda aos afetados na Síria e na região. Financiámos abrigo, alimentos, água e medicamentos para milhões de pessoas que fogem do conflito", em particular na Jordânia e na Síria, destacou.
"Nenhum outro país europeu fez mais do que o Reino Unido neste aspeto", acrescentou, frisando que "sem essa ajuda maciça, o número dos que fazem a perigosa viagem para a Europa seria ainda mais alto".
Cameron referiu ainda as missões da Marinha britânica no Mediterrâneo para frisar que o Reino Unido "vai continuar a salvar pessoas no mar", como até agora, tendo já salvado 6700 pessoas.